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Comentário de Salmos - Vol. 1

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

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<strong>Salmos</strong> 27 • 525<br />

Ambas, porém, equivalem a mesma coisa, e implicam que Davi não<br />

tinha razão <strong>de</strong> doravante duvidar da assistência divina quando pon<strong>de</strong>rava<br />

em sua experiência anterior; pois nada é <strong>de</strong> maior utilida<strong>de</strong><br />

para confirmar nossa fé do que a lembrança daqueles exemplos em<br />

que Deus claramente nos <strong>de</strong>u prova não só <strong>de</strong> sua graça, mas também<br />

<strong>de</strong> sua veracida<strong>de</strong> e po<strong>de</strong>r. Portanto, conecto este versículo com o<br />

seguinte. No primeiro, Davi relembra os triunfos que, com o auxílio<br />

divino, já havia obtido; e daqui conclui que, por maiores que fossem as<br />

hostes que o cercavam, ou quais fossem os malefícios que seus inimigos<br />

inventassem contra ele, <strong>de</strong>stemidamente se manteria contra eles.<br />

O termo hebraico, brq (karab), significa introduzir; mas aqui indica a<br />

irrupção que os inimigos <strong>de</strong> Davi fizeram contra ele quando o assaltaram.<br />

Alguns o traduzem por fugir, tradução esta, porém, artificial. Para<br />

testificar sua inocência, ele os chama <strong>de</strong> perversos ou insubordinados,<br />

e ao dizer que caíram sobre mim para comerem minha carne, 2<br />

ele expressa<br />

sua selvagem cruelda<strong>de</strong>.<br />

3. Ainda que exércitos se acampem. Ele infere <strong>de</strong> sua experiência<br />

anterior, como já mencionei, que qualquer que seja a adversida<strong>de</strong><br />

que lhe sobrevenha, ele <strong>de</strong>ve esperar o bem e não nutrir nenhum<br />

receio acerca da proteção divina, a qual lhe fora tão eficazmente concedida<br />

em sua necessida<strong>de</strong> anterior. De fato ele havia asseverado isso,<br />

no primeiro versículo, mas agora, para uma prova mais convincente,<br />

ele o reitera. Sob as idéias <strong>de</strong> acampamentos e exércitos, ele inclui tudo<br />

quanto <strong>de</strong> mais formidável há no mundo; como se quisesse dizer: Ainda<br />

que todos os homens conspirem para minha <strong>de</strong>struição, não levarei<br />

em conta sua violência, porquanto o po<strong>de</strong>r <strong>de</strong> Deus, o qual sei estar<br />

do meu lado, está muito acima do po<strong>de</strong>r <strong>de</strong>les. Mas quando <strong>de</strong>clara:<br />

Meu coração não temerá, não significa que ele se achava inteiramente<br />

isento <strong>de</strong> temor – pois tal coisa mereceria muito mais ser qualificada<br />

<strong>de</strong> insensibilida<strong>de</strong> do que <strong>de</strong> virtu<strong>de</strong>; mas para que seu coração não<br />

2 O francês e Skinner têm: “<strong>de</strong>vorar minha carne”; e observe-se que “essa imagem é extraída<br />

<strong>de</strong> um animal selvagem. Comparem-se Salmo 3.7 e Salmo 22.13.”

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