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Comentário de Salmos - Vol. 1

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

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388 • <strong>Comentário</strong> dos <strong>Salmos</strong><br />

homens <strong>de</strong> que ele fala sinceramente, dos recessos <strong>de</strong> seu coração.<br />

Visto que a palavra hebraica, rhz (zahar), a qual traduzi por se fez<br />

judicioso, significa ensinar, tanto quanto pôr-se alguém em guarda,<br />

alguns a traduzem, neste lugar, por Teu servo é instruído ou advertido<br />

pelos mandamentos da lei. A sentença, porém, implica muito mais,<br />

ou seja, quando ela é vista no sentido em que, ao entregar-se a Deus<br />

para ser governado por ele, Davi se tornou judicioso e cauteloso.<br />

Portanto, esta tradução parece-me a preferível.<br />

Na segunda cláusula, o salmista <strong>de</strong>clara que todo aquele que se<br />

entrega a Deus para observar a norma <strong>de</strong> justiça que ele prescreve,<br />

não per<strong>de</strong> seu tempo em lutar, visto que granjeia para si um gran<strong>de</strong> e<br />

rico galardão: Em guardá-los há gran<strong>de</strong> recompensa. Davi não está<br />

<strong>de</strong> forma alguma a recomendar a lei quando diz que nela Deus entra<br />

em aliança conosco e, por assim dizer, se obriga a recompensar nossa<br />

obediência. Ao requerer <strong>de</strong> nós tudo o que está contido na lei, ele<br />

nada <strong>de</strong>manda senão o que possui por direito; todavia, tal é a livre e<br />

imerecida liberalida<strong>de</strong> divina, que Deus promete a seus servos uma<br />

recompensa, a qual, no tocante à retidão, ele não lhes <strong>de</strong>ve. As promessas<br />

da lei, é verda<strong>de</strong>, são feitas em vão em <strong>de</strong>corrência <strong>de</strong> nossa<br />

<strong>de</strong>ficiência, pois nem mesmo aquele que se revela mais proficiente entre<br />

nós chega perto da plena e perfeita justiça; e os homens não po<strong>de</strong>m<br />

esperar recompensa alguma por suas obras até que tenham perfeita<br />

e plenamente satisfeito os requerimentos da lei. E assim estas duas<br />

doutrinas se harmonizam perfeitamente: primeiro, que a vida eterna<br />

será dada como pagamento das obras àquele que cumpre a lei em todos<br />

os seus requisitos; e, segundo, que a lei, não obstante, pronuncia<br />

uma maldição contra todos os homens, já que toda a família humana<br />

se encontra <strong>de</strong>stituída da justiça proveniente das obras.<br />

Isso evi<strong>de</strong>ntemente transparece no versículo que se segue. Davi,<br />

<strong>de</strong>pois <strong>de</strong> ter celebrado esse benefício da lei – que ela oferece um rico<br />

galardão aos que servem a Deus –, imediatamente muda seu discurso,<br />

e clama: Quem po<strong>de</strong> discernir seus erros? – pelo quê ele <strong>de</strong>nuncia<br />

a todos os homens como passíveis <strong>de</strong> morte eterna, e assim <strong>de</strong>strói

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