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Comentário de Salmos - Vol. 1

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

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<strong>Salmos</strong> 22 • 441<br />

os ju<strong>de</strong>us que em matéria <strong>de</strong> controvérsia são no mais elevado grau<br />

obs tinados e teimosos. Desejo apenas sucintamente <strong>de</strong>monstrar quão<br />

perversamente lutam por <strong>de</strong>ixar os cristãos perplexos em virtu<strong>de</strong> da<br />

diferente redação que ocorre nesta passagem. Quando objetam, dizendo<br />

que por <strong>de</strong>terminação da lei ninguém era pregado com pregos numa<br />

cruz, nisso <strong>de</strong>nunciam sua grosseira ignorância da história, visto ser<br />

indubitável que os romanos introduziram muitos <strong>de</strong> seus próprios costumes<br />

e hábi tos nas províncias que iam conquistando. Se objetarem<br />

que Davi nunca foi pregado numa cruz, a resposta é simples, ou seja,<br />

que ao <strong>de</strong>plorar sua condição ele fez uso <strong>de</strong> uma similitu<strong>de</strong>, <strong>de</strong>clarando<br />

que não era menos afligido por seus inimigos do que o que é suspenso<br />

numa cruz, tendo suas mãos e pés traspassados por pregos. Depararnos-emos<br />

um pouco adiante com mais metáforas <strong>de</strong>sse mesmo gênero.<br />

[vv. 17-21]<br />

Contarei todos os meus ossos; eles me olham e me encaram. Repartem<br />

entre si minhas vestes, e sobre minha túnica lançam sortes. Mas tu, ó<br />

Jehovah, não fiques longe <strong>de</strong> mim! Ó tu que és minha força, apressa-te em<br />

socorrer-me. Livra da espada minha alma; meu único bem 21<br />

da mão [ou<br />

do po<strong>de</strong>r] do cão. Salva-me da boca do leão, e ouve-me dos chifres dos<br />

unicórnios. 22<br />

17. Contarei todos os meus ossos. A palavra hebraica, twmxu (atsmoth),<br />

que significa ossos, <strong>de</strong>riva-se <strong>de</strong> outra palavra, que significa<br />

força; e por isso esse termo às vezes se aplica a amigos, por cuja <strong>de</strong>fesa<br />

somos reanimados, ou a argumentos e raciocínios que são, por assim<br />

dizer, os tendões e a força da <strong>de</strong>fesa <strong>de</strong> uma causa. Alguns, portanto,<br />

injetam nesta passagem este significado: De nada me aproveitará somar<br />

todos os meus argumentos em minha própria <strong>de</strong>fesa; pois meus<br />

inimigos estão plenamente <strong>de</strong>terminados a <strong>de</strong>struir-me <strong>de</strong> uma forma<br />

ou outra, seja justa ou dolosa, sem sentir qualquer respeito pelos di-<br />

21 “Asçavoir, vie, qui est seule.” – versão francesa marginal. “Isto é, minha vida, que é única.”<br />

22 “Et me respon, en me sauvant <strong>de</strong>s cornes <strong>de</strong>s licornes.” – v.f. “E respon<strong>de</strong>-me, salvando-me<br />

dos chifres dos unicórnios.”

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