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Comentário de Salmos - Vol. 1

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

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404 • <strong>Comentário</strong> dos <strong>Salmos</strong><br />

lugar, se são privados e completamente <strong>de</strong>stituídos <strong>de</strong> todo e qualquer<br />

socorro, não obstante se sentem tão fortalecidos e encorajados, que<br />

invocam a Deus com toda confiança e constância. Em contrapartida,<br />

quando os ímpios se sentem fortes e po<strong>de</strong>rosos, sendo cegados pelo<br />

orgulho, não hesitam em <strong>de</strong>sprezar ousadamente a Deus; mas quando<br />

são levados a circunstâncias <strong>de</strong> <strong>de</strong>sespero, se sentem tão terrificados<br />

que não sabem o que fazer. Em suma, o Espírito Santo, aqui, nos concita<br />

a lembrarmo-nos <strong>de</strong> Deus, o qual, retendo sua eficácia tanto na<br />

carência quanto na abundância <strong>de</strong> po<strong>de</strong>r, subjuga as vãs esperanças<br />

com que a carne se inclina a inflar-se. Visto que o verbo lykzn (nazkir),<br />

o qual traduzi por lembraremos, está na conjugação hiphil, alguns o<br />

traduzem transitivamente, nos fará lembrar. Mas não é algo novo no<br />

idioma hebraico os verbos serem usados como neutros quando são<br />

propriamente transitivos. Portanto, tenho adotado a explicação que<br />

me parece a mais a<strong>de</strong>quada a esta passagem.<br />

8. Eles se curvam. É provável que estejam aqui apontados, como<br />

por um <strong>de</strong>do em riste, os inimigos <strong>de</strong> Israel, a quem Deus <strong>de</strong>rrotara,<br />

quando não imaginavam que tal coisa lhes pu<strong>de</strong>sse suce<strong>de</strong>r. Há contido<br />

nas palavras um tácito contraste entre o cruel orgulho com que se<br />

haviam ensoberbecidos por algum tempo, quando audaciosamente se<br />

precipitaram para causar <strong>de</strong>vastação em todas as coisas, <strong>de</strong> um lado,<br />

e a opressão sobre o povo <strong>de</strong> Deus, do outro. A expressão, nos erguemos,<br />

se aplica somente aos que antes sucumbiram ou caíram; e, em<br />

contrapartida, a expressão, se curvaram e caíram, se aplica com proprieda<strong>de</strong><br />

aos que se ergueram com soberba e presunção. O profeta,<br />

pois, ensina através do evento quão mais vantajoso nos é <strong>de</strong>positarmos<br />

nossa confiança em Deus do que <strong>de</strong>pen <strong>de</strong>rmos <strong>de</strong> nossa própria<br />

resistência.<br />

9. Salva-nos, ó Jehovah! Alguns lêem como uma só sentença: Ó<br />

Jehovah, salva o rei 9 – talvez porque pensassem ser errôneo atribuir<br />

9 Esta é a tradução da Septuaginta. Suas palavras são: Kurie swson ton βασιλεα. A redação da<br />

Vulgata é a mesma. A redação <strong>de</strong> Calvino, que é também a <strong>de</strong> nossa versão inglesa, concorda com<br />

a pontuação massorética; mas a Septua ginta seguiu uma pontuação diferente.

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