31.10.2013 Views

Comentário de Salmos - Vol. 1

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

<strong>Salmos</strong> 9 • 173<br />

bres da morte. Deus às vezes os <strong>de</strong>ixa, em sua santa providência, ser<br />

perseguidos pelos homens; mas por fim ele toma vingança pelos males<br />

a eles infligidos. As palavras que Davi usa <strong>de</strong>notam um ato contínuo;<br />

mas não tenho dúvida <strong>de</strong> que pretendia, a partir <strong>de</strong>sses exemplos, os<br />

quais ele relatou na parte prece<strong>de</strong>nte do Salmo, levar os homens ao<br />

reconhecimento <strong>de</strong> que Deus requer o sangue inocente e se lembra do<br />

clamor <strong>de</strong> seu povo.<br />

Ele uma vez mais insiste sobre o que eu adverti anteriormente, a<br />

saber, que Deus nem sempre põe termo às injúrias tão imediatamente<br />

quanto <strong>de</strong>sejamos, nem interrompe as tentativas dos perversos<br />

<strong>de</strong>s<strong>de</strong> o início, mas, ao contrário, retém e <strong>de</strong>longa sua assistência, <strong>de</strong><br />

modo tal que aparentemente clamamos a ele sem qualquer resultado,<br />

verda<strong>de</strong> esta que nos é muito importante compreen<strong>de</strong>rmos; pois<br />

se medirmos o socorro divino pelos nossos sentidos, nossa coragem<br />

logo fracassaria, e por fim nossa esperança seria totalmente extinta, e<br />

haveria espaço a todo gênero <strong>de</strong> <strong>de</strong>sapontamento e <strong>de</strong>sespero. Gostaríamos<br />

sinceramente que ele, como já disse, esten<strong>de</strong>sse sua mão à<br />

distância e repelisse as angústias que ele vê estar-nos preparadas; ao<br />

contrário disso, parece que não se apercebe, não impedindo que o<br />

sangue inocente seja <strong>de</strong>rramado. Que esta consoladora consi<strong>de</strong>ração,<br />

por outro lado, nos sustente, e que ele por fim realmente mostre quão<br />

precioso a seu olhos é nosso sangue. Caso se objete que a assistência<br />

divina vem tar<strong>de</strong> <strong>de</strong>mais, <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> termos suportado todas as calamida<strong>de</strong>s,<br />

respondo que Deus não <strong>de</strong>mora em interferir mais do que<br />

ele sabe ser-nos vantajoso humilharmo-nos sob a cruz; e se ele <strong>de</strong>ci<strong>de</strong><br />

antes tomar vingança <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> termos sofrido ultraje, em vez<br />

<strong>de</strong> socorrer-nos antes <strong>de</strong> sofrermos os males, não é porque ele esteja<br />

sempre indisposto e <strong>de</strong>spreparado em socorrer-nos; mas é porque ele<br />

sabe que nem sempre é o momento certo para manifestar sua graça.<br />

De passagem, é uma extraordinária evidência, não só <strong>de</strong> seu amor paternal<br />

para conosco, mas da bendita imortalida<strong>de</strong> que é a porção <strong>de</strong><br />

todos os filhos <strong>de</strong> Deus, que ele cui<strong>de</strong> tanto <strong>de</strong>les mesmo <strong>de</strong>pois <strong>de</strong><br />

mortos. Deveria ele, por sua graça, impedir as aflições <strong>de</strong> nos sobrevir,

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!