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Comentário de Salmos - Vol. 1

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

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<strong>Salmos</strong> 22 • 445<br />

que <strong>de</strong>sejava; não há dúvida <strong>de</strong> que o que ele mais tar<strong>de</strong> escreveu formou<br />

as meditações e reflexões que transitaram por sua mente durante<br />

o tempo <strong>de</strong> suas pesadas aflições. Deve notar-se particularmente que o<br />

que ele promete não é um sinal comum <strong>de</strong> gratidão, mas tal como Deus<br />

requeria para as bênçãos raras; ou seja, que os fiéis <strong>de</strong>viam a<strong>de</strong>ntrar<br />

seu santuário e ali dar solene testemunho da graça que haviam recebido.<br />

O propósito das públicas e solenes ações <strong>de</strong> graças consiste em<br />

que os fiéis pu<strong>de</strong>ssem envolver-se em todas as varieda<strong>de</strong>s <strong>de</strong> <strong>de</strong>sejos<br />

<strong>de</strong> servir e honrar a Deus, e para que pu<strong>de</strong>ssem animar uns aos outros<br />

a agir da mesma maneira. Sabemos que o prodigioso po<strong>de</strong>r <strong>de</strong> Deus<br />

manifestou-se na proteção <strong>de</strong> Davi; e não apenas através <strong>de</strong> um só<br />

milagre, mas <strong>de</strong> muitos. Portanto, não é <strong>de</strong> admirar que ele se sentisse<br />

obrigado, por um voto solene, a proferir uma franca e pública confissão<br />

<strong>de</strong> sua pieda<strong>de</strong> e fi<strong>de</strong> lida<strong>de</strong> para com Deus. Pela expressão, meus<br />

irmãos, ele quer dizer os israelitas; e lhes aplica esta <strong>de</strong>signação, não<br />

só porque ele e eles eram ambos <strong>de</strong>scen<strong>de</strong>ntes da mesma paternida<strong>de</strong>,<br />

mas, sim, porque a religião que tinham em comum, como um vínculo<br />

sagrado, os mantinha unidos uns aos outros por um laço espiritual. O<br />

apóstolo [Hb 2.12], ao aplicar este versículo a Cristo, argumenta a partir<br />

<strong>de</strong>le que ele era participante co nosco da mesma natureza e unido<br />

a nós por uma genuína comunhão <strong>de</strong> carne, visto ele reconhecer-nos<br />

como seus irmãos e dignar-se a conferir-nos um epíteto tão honroso.<br />

Tenho rei teradamente afirmado (e que po<strong>de</strong> ser facilmente provado<br />

à luz do propósito <strong>de</strong>ste Salmo) que, sob a figura <strong>de</strong> Davi, Cristo nos<br />

foi aqui prefigurado. O apóstolo, pois, afortunadamente <strong>de</strong>duz <strong>de</strong>sse<br />

fato que, sob e através do epíteto, irmãos, o direito <strong>de</strong> aliança fraternal<br />

com Cristo nos foi confirmado. Tal coisa, sem dúvida, em certa extensão<br />

pertence a toda a humanida<strong>de</strong>, mas o verda<strong>de</strong>iro usufruto disso<br />

pertence propriamente só aos crentes genuínos. Por essa razão Cristo<br />

mesmo, <strong>de</strong> sua própria boca, limita esta <strong>de</strong>signação a seus discípulos,<br />

dizendo: “Vai a meus irmãos e diz-lhes que eu subo para meu Pai e<br />

vosso Pai, meu Deus e vosso Deus” [Jo 20.17]. Os ímpios, por meio<br />

<strong>de</strong> sua incredulida<strong>de</strong>, <strong>de</strong>sfazem e dissolvem aquela relação da carne,

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