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Comentário de Salmos - Vol. 1

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

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474 • <strong>Comentário</strong> dos <strong>Salmos</strong><br />

coração preceda a continência externa. Se alguém imaginar o absurdo<br />

<strong>de</strong> que se <strong>de</strong>ve dar o primeiro lugar às mãos, respon<strong>de</strong>mos sem qualquer<br />

hesitação, dizendo que os efeitos às vezes são nomeados antes<br />

<strong>de</strong> sua causa, não que a precedam em or<strong>de</strong>m, mas porque às vezes é<br />

vantajoso começar com coisas que são melhor conhecidas. Davi, pois,<br />

queria que os ju<strong>de</strong>us entrassem na presença <strong>de</strong> Deus com mãos puras,<br />

e estas juntamente com um coração sem dolo.<br />

Alçar ou entregar sua alma, aqui, não tenho dúvida <strong>de</strong> equiparar<br />

a juramento. Portanto, aqui requer-se que os servos <strong>de</strong> Deus,<br />

ao prestarem juramento, o façam com reverência e sã consciência; 7<br />

e, <strong>de</strong> uma forma específica, à guisa <strong>de</strong> sinédoque, <strong>de</strong>nota-se o <strong>de</strong>ver<br />

<strong>de</strong> se observar a fi<strong>de</strong>lida<strong>de</strong> e a integrida<strong>de</strong> em todas as ativida<strong>de</strong>s da<br />

vida. A menção que aqui se faz <strong>de</strong> juramentos surge das palavras que<br />

imediatamente se seguem: E não jura enganosamente, as quais são<br />

acrescentadas como explicação do que vem antes. Entretanto, visto<br />

que há uma dupla redação da palavra hebraica para alma, ou seja,<br />

tanto po<strong>de</strong>-se ler minha alma quanto sua alma, por causa do ponto kirek,<br />

alguns comentaristas judaicos lêem: Quem não alça minha alma à<br />

vaida<strong>de</strong> 8 e subenten<strong>de</strong> a palavra minha como se referindo a Deus, uma<br />

explicação que rejeito como sendo abrupta e forçada. É uma forma <strong>de</strong><br />

expressão que contém gran<strong>de</strong> ênfase, pois significa que os que juram<br />

oferecem suas almas a Deus como garantias. Alguns, contudo, talvez<br />

prefiram a opinião <strong>de</strong> que alçar a alma é expresso em lugar <strong>de</strong> aplicá-la<br />

à mentira, uma interpretação à adoção da qual não faço muita objeção,<br />

porquanto faz pouca diferença no tocante ao sentido. A pergunta que<br />

aqui po<strong>de</strong> suscitar-se é: por que Davi não diz, portanto, uma só palavra<br />

7 “Par ainsi il est yci requis <strong>de</strong>s serviteurs <strong>de</strong> Dieu, que quand ils jurent, ce soit avec reverence<br />

et en honne conscience.” nota, fr. marg.<br />

8 A redação textual é נפשו (naphshiv), sua alma; a redação marginal é נפשו (naphshi), minha<br />

alma. Mas redação textual, à luz <strong>de</strong> sua clareza e simplicida<strong>de</strong>, é, sem dúvida, a única correta. “Os<br />

pontos”, diz Hammond, “leva a traduzir ‏,נפשת minha alma, e assim o interlinear lê animam meam,<br />

minha alma ou vida, como se fosse ‏,נפשו fazendo Deus aquele que fala neste versículo e assim a<br />

vida ou alma é <strong>de</strong> Deus. Mas a letra do texto é ו e não ‏,י e o contexto concordando com ela, a pontuação<br />

<strong>de</strong>ve, com razão, dar lugar; e, conseqüentemente, todos os intérpretes antigos parecem ter<br />

lido ‏,נפשו sua alma, significando por isso sua própria alma, ou a alma do que jura.”

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