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Comentário de Salmos - Vol. 1

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

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416 • <strong>Comentário</strong> dos <strong>Salmos</strong><br />

própria severida<strong>de</strong> da punição comprova a profundida<strong>de</strong> da perversida<strong>de</strong>.<br />

Há quem pense que Davi faz alusão ao tipo <strong>de</strong> punição que<br />

Deus infligira sobre os amonitas, da qual temos um relato na história<br />

sacra; é mais provável, porém, que ele aqui represente metaforicamente<br />

a tremenda <strong>de</strong>struição que aguarda todos os adversários <strong>de</strong> Cristo.<br />

Po<strong>de</strong>m ar<strong>de</strong>r-se <strong>de</strong> raiva contra a Igreja e com sua cruelda<strong>de</strong> pôr o<br />

mundo em chama, mas quando sua perversida<strong>de</strong> houver atingido seu<br />

ponto máximo, irão conhecer aquela recompensa que Deus tem reservado<br />

para eles, ou seja: serão lançados em sua fornalha ar<strong>de</strong>nte para<br />

serem consumidos.<br />

Nesta primeira cláusula, o rei é chamado vingador; na se gunda,<br />

esse ofício é transferido para Deus; e na terceira, a exe cução da vingança<br />

é atribuída ao fogo; e essas três coisas estão em plena sintonia.<br />

Sabemos que o juízo foi confiado a Cristo, que ele po<strong>de</strong> lançar seus inimigos<br />

<strong>de</strong> ponta cabeça no fogo eterno; mas era <strong>de</strong> muita importância<br />

expressar que esse não é o juízo do homem, mas <strong>de</strong> Deus. Tampouco<br />

era <strong>de</strong> menos importância pôr em evidência quão extremo e terrível<br />

tipo <strong>de</strong> vingança é esse, a fim <strong>de</strong> <strong>de</strong>spertar <strong>de</strong> seu torpor os que,<br />

inadvertidos quanto ao perigo, atrevidamente menosprezam todas as<br />

ameaças <strong>de</strong> Deus. Além disso, isso serve não pouco para a consolação<br />

dos justos. Sabemos quão tremenda é a cruelda<strong>de</strong> dos ímpios, e que<br />

nossa fé logo seria tragada por ela, não fosse a mesma soerguida para<br />

a contemplação do juízo <strong>de</strong> Deus.<br />

A expressão, no tempo <strong>de</strong> tua ira, nos admoesta que <strong>de</strong>vemos<br />

pacientemente suportar a cruz enquanto ao Senhor aprouver<br />

nos exercitar e nos humilhar <strong>de</strong>baixo <strong>de</strong>la. Se, pois, ele não revela<br />

imediatamente seu po<strong>de</strong>r para <strong>de</strong>struir os ímpios, aprendamos a esten<strong>de</strong>r<br />

nossa esperança para aquele tempo que nosso Pai celestial<br />

<strong>de</strong>signou em seu eterno propósito para a exe cução <strong>de</strong> seu juízo, e<br />

quando nosso Rei, armado <strong>de</strong> seu terrível po<strong>de</strong>r, manifestar-se para<br />

exercer vingança. O fato <strong>de</strong> ele agora parecer ignorar o que se passa<br />

não implica que tenha esquecido, quer <strong>de</strong> si mesmo quer <strong>de</strong> nós.<br />

Ao contrário, ele escarnece da <strong>de</strong>mência daqueles que prosseguem

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