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Comentário de Salmos - Vol. 1

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

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384 • <strong>Comentário</strong> dos <strong>Salmos</strong><br />

raram da graça e do Espírito <strong>de</strong> Cristo, faz referência ao ministério <strong>de</strong><br />

Moisés visto meramente em si mesmo e segundo a letra. É certo que,<br />

se o Espírito <strong>de</strong> Cristo não vivificar a lei, ela não só será sem proveito<br />

algum, mas também letal a seus discípulos. Sem Cristo nada há na<br />

lei senão inexorável rigor, a qual <strong>de</strong>nuncia a todo gênero humano<br />

como digno da ira e maldição <strong>de</strong> Deus. E, além do mais, sem Cristo,<br />

cá <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> nós permanece a rebelião da carne, a qual acen<strong>de</strong> em<br />

nossos corações o ódio por Deus e por sua lei, e disso proce<strong>de</strong> aquela<br />

angustiante escravidão e pavoroso terror <strong>de</strong> que fala o apóstolo.<br />

Esses diferentes prismas pelos quais a lei po<strong>de</strong> ser vista facilmente<br />

nos revelam o método <strong>de</strong> conciliar essas passagens <strong>de</strong> Paulo e Davi,<br />

as quais à primeira vista parecem ser contraditórias. O propósito<br />

<strong>de</strong> Paulo era mostrar o que a lei po<strong>de</strong> fazer por nós, consi<strong>de</strong>rada<br />

intrinsecamente; ou seja, o que ela po<strong>de</strong> fazer por nós quando, sem a<br />

promessa da graça, ela estrita e rigorosamente exige <strong>de</strong> nós o <strong>de</strong>ver<br />

que <strong>de</strong>vemos a Deus; Davi, porém, ao enaltecê-la, como faz aqui, fala<br />

<strong>de</strong> toda a doutrina da lei, a qual inclui também o evangelho; e, portanto,<br />

sob a lei ele compreen<strong>de</strong> a Cristo.<br />

9. O temor <strong>de</strong> Jehovah é límpido. Pela expressão, temor <strong>de</strong> Deus,<br />

<strong>de</strong>vemos compreen<strong>de</strong>r, aqui, o modo no qual Deus <strong>de</strong>ve ser servido;<br />

e portanto é tomada em um sentido ativo para a doutrina que nos<br />

prescreve o modo como <strong>de</strong>vemos temer a Deus. A forma na qual geralmente<br />

os homens manifestam seu temor a Deus consiste em inventar<br />

falsas religiões e um culto pervertido; e ao proce<strong>de</strong>r assim, eles ainda<br />

mais provocam sua ira. Aqui, portanto, Davi indiretamente con<strong>de</strong>na<br />

essas corruptas invenções sobre as quais os ímpios se atormentam em<br />

vão, 15 e as quais com freqüência sancionam a impureza; e em oposição<br />

a elas ele com razão afirma que na observância da lei há uma isenção<br />

da própria coisa que se corrompe. Ele acrescenta que ela dura para<br />

sempre; como se quisesse dizer: Eis o tesouro da felicida<strong>de</strong> eterna.<br />

Vemos como o gênero humano, sem pensar bem no que está fazendo,<br />

15 “Apres lesquelles les hommes se tormentent em vain.” – v.f.

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