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Comentário de Salmos - Vol. 1

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

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<strong>Salmos</strong> 22 • 453<br />

mentes postas na terra. A afirmação do salmista equivale dizer que esse<br />

sacrifício seria comum tanto aos que são saudáveis, robustos e vivem<br />

em circunstâncias opu lentas quanto aos que são carentes, pobres e<br />

quase mortos pela falta <strong>de</strong> alimento; que os primeiros, <strong>de</strong>scartando-se<br />

<strong>de</strong> seu orgu lho, se humilhem diante <strong>de</strong> Deus, e que os últimos, embora<br />

se sintam humilhados, elevem suas mentes a Deus em busca da alegria<br />

espiritual, o qual é o autor <strong>de</strong> todas as coisas excelentes: “Mas gloriese<br />

o irmão abatido em sua exaltação, e o rico em seu abatimento” [Tg<br />

1.9,10]. Ora, se Deus, sob o regime da lei, uniu o farto e o faminto, o<br />

nobre e o pobre, o feliz e o miserável, muito mais agora <strong>de</strong>ve isso ocorrer,<br />

sob o regime do evangelho. Quando, pois, o rico ouvir que lhes é<br />

oferecido alimento em outra esfera além da abundância terrena, que<br />

aprendam a usar as boas coisas externas que Deus lhes conce<strong>de</strong>u para<br />

os propósitos da presente vida, com sobrieda<strong>de</strong> tal que não se enojem<br />

do alimento espiritual ou se <strong>de</strong>sviem <strong>de</strong>le como se fosse uma carga<br />

pesada. Enquanto estiverem submersos em suas próprias imundícias,<br />

jamais buscarão esse alimento com santo <strong>de</strong>sejo; e ainda que o tenham<br />

à mão, jamais sentirão vonta<strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>de</strong>gustá-lo. 32 Demais, visto que todos<br />

os que são gordos <strong>de</strong>vem tornar-se magros, a fim <strong>de</strong> se apresentarem a<br />

Deus para que sejam alimentados e nutridos, assim Davi se esforça por<br />

inspirar os famintos com inabalável e intrépida confiança, a fim <strong>de</strong> que<br />

sua pobreza não os impedisse <strong>de</strong> se aproximarem do banquete. Sim, ele<br />

convida até mesmo os mortos a participarem da festa, a fim <strong>de</strong> que os<br />

mais <strong>de</strong>sprezados, e aqueles que, na estima do mundo, são semelhantes<br />

a carcaças putrefatas, fossem encorajados e incentivados a apresentarse<br />

à santa mesa do Senhor. A mudança que o salmista faz no número,<br />

do plural para o singular, no final do versículo, obscurece um tanto o<br />

sentido; mas o significado, indubitavelmente, é o seguinte: aqueles que<br />

parecem já se achar reduzidos a pó, e cuja restauração da morte para a<br />

vida não revela, por assim dizer, qualquer esperança, serão partícipes<br />

da mesma graça com eles.<br />

32 “Et encores qu’ils les ayent à main, ils ne pourront prendre plaisir à les savourer.” – v.f.

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