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Comentário de Salmos - Vol. 1

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

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278 • <strong>Comentário</strong> dos <strong>Salmos</strong><br />

kal significa doar ou dar. Mas como, na conjugação hiphil, ela é mais<br />

freqüentemente tomada como correr, ou apressar, 13 muitos têm preferido<br />

esse último significado, e interpretam a cláusula assim: as pessoas<br />

supersticiosas ansiosamente se precipitam para seus <strong>de</strong>uses estranhos.<br />

E <strong>de</strong> fato vemo-los entrando <strong>de</strong> roldão em suas idolatrias com<br />

toda a impetuosida<strong>de</strong> e temerida<strong>de</strong> dos <strong>de</strong>svairados que correm pelos<br />

campos; 14 e os profetas amiú<strong>de</strong> os censura por esse irrefletido fre nesi<br />

com que se afogueiam. Portanto, eu estaria muito disposto a adotar<br />

esse sentido, fosse o mesmo apoiado pelo uso comum da linguagem;<br />

visto, porém, que os filólogos observam que não é possível encontrar<br />

outra passagem semelhante na Escritura, tenho seguido, em minha<br />

tradução, a primeira opinião. Em suma, a síntese do que o salmista diz<br />

é isto: Os incrédulos, que dissipam e <strong>de</strong>sperdiçam sua subsistência<br />

com seus ídolos, não só per<strong>de</strong>m todas as dádivas e oferendas que lhes<br />

apresentam, mas também vivem perenemente amontoando cada vez<br />

mais suas misérias. É provável também que o profeta esteja fazendo<br />

uma alusão à doutrina comum da Escritura, a saber: que os idólatras<br />

violam a promessa do consórcio espiritual firmado com o verda<strong>de</strong>iro<br />

Deus, firmando convênio com os ídolos. 15<br />

Ezequiel [16.33] com justa<br />

razão censura os ju<strong>de</strong>us, dizendo que, enquanto o costume é para o<br />

amante cativar a meretriz com presentes, eles, ao contrário, ofereciam<br />

presentes aos ídolos, com os quais se prostituíam e aos quais se entregavam.<br />

Mas o significado que apresentamos supra realça o espírito da<br />

13 Walford traduz o versículo assim:<br />

“Eles multiplicam suas dores que impacientemente recusam;<br />

Suas libações <strong>de</strong> sangue não oferecei;<br />

Nem tomarei seus nomes em meus lábios.”<br />

E o sentido que ele impõe à passagem é que Davi, tendo no versículo anterior <strong>de</strong>clarado seu<br />

prazer nos justos, aqui <strong>de</strong>clara que os que apostatam <strong>de</strong> Deus e <strong>de</strong> sua verda<strong>de</strong> aumentam seu<br />

próprio sofrimento; e afirma ser sua firme resolução não manter nenhum tipo <strong>de</strong> comunhão com<br />

eles, em suas ati vida<strong>de</strong>s religiosas, as quais eram imundas e <strong>de</strong>testáveis, nem qualquer relacionamento<br />

<strong>de</strong> amiza<strong>de</strong>, nem mesmo fazer menção <strong>de</strong> seus nomes.<br />

14 “Et <strong>de</strong> faict, nous voyons <strong>de</strong> quelle impetuosite ils se jettent en leurs idolatries sans regar<strong>de</strong>r<br />

à rien, tellement qu’il semble que ce soyent gens forcenez, qui courent à travers champs.”<br />

– v.f.<br />

15 Horsley traduz: “Multiplicarão suas dores quando se casam com outro. Isto é, prostituemse<br />

com outros <strong>de</strong>uses.”

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