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Comentário de Salmos - Vol. 1

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

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220 • <strong>Comentário</strong> dos <strong>Salmos</strong><br />

e enxofre. Vemos que os ímpios, enquanto Deus os poupa, nada temem,<br />

mas dão ampla liberda<strong>de</strong> a seus caprichosos cursos como corcéis soltos 17<br />

na pradaria; e então, se percebem alguma adversida<strong>de</strong> a tolher-lhes os<br />

passos, inventam para si vias <strong>de</strong> escape. Em suma, estão constantemente<br />

a motejar <strong>de</strong> Deus, como se não pu<strong>de</strong>ssem ser alcançados, a menos que<br />

antes <strong>de</strong> tudo sejam bem enredados e solidamente presos pelas malhas<br />

divinas. Deus, portanto, começa sua vingança armando laços, fechando<br />

contra os perversos todas as vias <strong>de</strong> escape; e quando os tem enredados<br />

e presos, então troveja sobre eles <strong>de</strong> forma assustadora e terrível, da forma<br />

como consumiu Sodoma e as cida<strong>de</strong>s vizinhas, com fogo lançado do<br />

céu. A palavra twpulz (zilaphoth), a qual traduzimos por ventos tempestuosos,<br />

é por alguns traduzida por acen<strong>de</strong>r fogo ou in cêndios; e, por outros,<br />

comoções ou terrores. 18 Mas o contexto requer a interpretação que tenho<br />

em virtu<strong>de</strong> dos contínuos raios luminosos do relâmpago em sua passagem pelo céu, os quais parecem<br />

entrelaçar-se à semelhança <strong>de</strong> ca<strong>de</strong>ias. Hengstenberg, contudo, se opõe a essa exposição,<br />

e adota e <strong>de</strong>fen<strong>de</strong> o que Calvino apresentou. “~yxp”, diz ele, “aqui, segundo a maioria dos expositores,<br />

<strong>de</strong>ve ser consi<strong>de</strong>rado como uma figurada <strong>de</strong>signação <strong>de</strong> relâmpago, que é supostamente<br />

chamado também pelos árabes, em prosa e poesia, pelo nome <strong>de</strong> ca<strong>de</strong>ias. Mas é uma objeção suficiente<br />

a esse significado dizer que xp não significa corda, em geral, mas especialmente armadilha,<br />

laço, cilada. Em prova disso ele cita Salmo 9.15; Jó 18.9; 22.10; Is 24.17-18; Pv 22.5. “A expressão, ele<br />

fará chover”, diz ele, “não po<strong>de</strong> apresentar nenhuma dificulda<strong>de</strong> concreta, quando simplesmente<br />

indica a plenitu<strong>de</strong> dos juízos retribuitivos <strong>de</strong> Deus, já observados por Lutero, quando diz que, pela<br />

expressão, ‘o profeta indica a gran<strong>de</strong> varieda<strong>de</strong> e volume dos males ameaçados’.”<br />

17 “Ainsi que <strong>de</strong>s chevaux <strong>de</strong>sbri<strong>de</strong>z.” – v.f.<br />

18 Dr. Adam Clarke traduz as palavras twpclz xwr, ruach zilgaphoth, “o espírito <strong>de</strong> terrores”, e<br />

afirma que “isso po<strong>de</strong> referir-se ao vento árabe horrivelmente sufocante, chamado Samum”. O<br />

bispo Lowth traduz as palavras assim: “uma tempesta<strong>de</strong> ar<strong>de</strong>nte”, sobre o que Michaelis observa:<br />

“Essa é uma imagem admirá vel, e é extraída da escola da natureza. O vento zilgaphoth, que sopra<br />

do oriente, é muito pestilento, e, portanto, quase proverbial entre os orientais ... Muitas e maravilhosas<br />

estórias <strong>de</strong> seus efeitos são relatadas pelos árabes, e seus poetas inventam que os maus,<br />

em seu lugar <strong>de</strong> eterno tormento, têm <strong>de</strong> respirar esse pestífero vento como seu ar vital.” – Lowth’s<br />

Sacred Poetry, vol. I, p. 193. Hen gstenberg traduz as palavras por ventos furiosos, e os explica como<br />

simplesmente significando a ira divina que prorrompe como tempesta<strong>de</strong>; e observa que a veemência<br />

da ira <strong>de</strong>nota-se pelo plural. Em oposição à tradução ventos ar<strong>de</strong>ntes e à opinião <strong>de</strong> que há uma<br />

alusão ao árabe Samum, ele <strong>de</strong>clara: “A raiz, @[z, has, em hebraico, a significação <strong>de</strong> estar irado, não<br />

outra; e aquela <strong>de</strong> estar quente, nem uma vez será encontrada nos dialetos.”

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