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Comentário de Salmos - Vol. 1

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

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<strong>Salmos</strong> 20 • 405<br />

a um rei terreno o que é próprio exclusivamente <strong>de</strong> Deus – ser invocado<br />

e ouvir orações. Mas se volve r mos nossos olhos para Cristo,<br />

como nos convém fazer, não mais nos surpreen<strong>de</strong>remos que, o que<br />

propriamente lhe per tence em certo sentido é atribuído a Davi e a<br />

seus sucessores, até ao ponto em que eram tipos <strong>de</strong> Cristo. Visto<br />

que Deus nos governa e nos salva pela mão <strong>de</strong> Cristo, não <strong>de</strong>vemos<br />

buscar a salvação em algum outro ponto. Semelhantemente, os fiéis<br />

sob a economia anterior costumavam recorrer a seu rei como o ministro<br />

da graça salvífica <strong>de</strong> Deus. Don<strong>de</strong> estas palavras <strong>de</strong> Jeremias:<br />

“O fôlego <strong>de</strong> nossa vida, o ungido do Senhor, foi preso nas covas <strong>de</strong>les,<br />

o mesmo <strong>de</strong> quem dizíamos: Debaixo <strong>de</strong> sua sombra viveremos<br />

entre as nações” [Lm 4.20]. Portanto, sempre que Deus promete a<br />

restauração <strong>de</strong> sua Igreja, ele apresenta um símbolo ou penhor <strong>de</strong><br />

sua salvação no reino. Vemos agora que é sem boas razões que os<br />

fiéis se introduzem pedindo o socorro <strong>de</strong> seu rei, sob cuja guarda e<br />

proteção foram postos, e que, como o vice-regente <strong>de</strong> Deus, presidia<br />

sobre eles; como diz o profeta Miquéias: “Subirá diante <strong>de</strong>les aquele<br />

que abre o caminho; eles romperão, e entrarão pela porta, e sairão<br />

por ela; e o rei irá adiante <strong>de</strong>les, e o Senhor à frente <strong>de</strong>les” [2.13]. Por<br />

meio <strong>de</strong>ssas palavras ele conclama que seu rei seria como um espelho<br />

no qual pu<strong>de</strong>ssem ver refletida a imagem <strong>de</strong> Deus.<br />

<strong>Vol</strong>tando à presente passagem, a expressão, Salva, ó Jehovah!, é<br />

elíptica, mas recebe maior ênfase do que se o objeto pelo qual a salvação<br />

é buscada fosse mencionado; pois por esse meio Davi mostra que<br />

essa salvação pertence em comum a todo o corpo da Igreja. No Salmo<br />

118.25 há uma oração com as mesmas palavras, e é certo que ela é a<br />

mesma oração. Em suma, esta é uma oração em que Deus, ao abençoar<br />

o rei, se mani festaria como o Salvador <strong>de</strong> todo o povo. Na última cláusula<br />

do versículo há expresso os meios <strong>de</strong>ssa salvação. O povo ora<br />

para que o rei seja munido com o po<strong>de</strong>r <strong>de</strong> Deus para libertá-los sempre<br />

que caíssem em abatimento e clamassem por socorro: Que o rei<br />

nos ouça no dia em que o invocarmos. Deus não prometeu que seu<br />

povo seria salvo <strong>de</strong> alguma outra forma senão pela mão e condução do

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