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Comentário de Salmos - Vol. 1

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

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156 • <strong>Comentário</strong> dos <strong>Salmos</strong><br />

parte <strong>de</strong> seus escritos, o apóstolo argumenta sobre o mesmo princípio,<br />

quando, a fim <strong>de</strong> comprovar que todos nós <strong>de</strong>vemos comparecer,<br />

no último dia, ante o tribunal <strong>de</strong> Cristo, ele apresenta a seguinte passagem:<br />

“Para que todo joelho se dobre” [Rm 14.10-12]. Neste silogismo,<br />

o que os lógicos chamam <strong>de</strong> proposição menor <strong>de</strong>ve ser completada, 28<br />

isto é, que ainda há muitos que soberba e obstinadamente lançam <strong>de</strong><br />

si o jugo e são avessos quanto a dobrarem os joelhos em sinal <strong>de</strong> sua<br />

submissão a ele [Cristo].<br />

[vv. 7-9]<br />

Todas as ovelhas e bois, bem como os animais do campo, as aves do céu e<br />

os peixes do mar, tudo quanto percorre as sendas dos mares. Ó Jehovah,<br />

Senhor nosso, quão admirável é teu nome em toda a terra.<br />

A questão prece<strong>de</strong>nte, com respeito à extensão do domínio do<br />

homem sobre as obras <strong>de</strong> Deus, parece não estar ainda plenamente<br />

respondida. Se o profeta aqui <strong>de</strong>clara, à guisa <strong>de</strong> exposição, a que extensão<br />

Deus pôs todas as coisas em sujeição a nós, tal sujeição, tudo<br />

indica, <strong>de</strong>ve restringir-se ao que contribui para o conforto e conveniência<br />

temporais do homem enquanto viver neste mundo. A essa<br />

dificulda<strong>de</strong>, respondo: nestes versículos o salmista não pretendia<br />

oferecer uma enumeração completa <strong>de</strong> todas as coisas que estão sujeitas<br />

ao domínio do homem, e das quais ele falou em termos gerais<br />

no versículo prece<strong>de</strong>nte, senão que apenas apresentou um exemplo<br />

<strong>de</strong>ssa sujeição só em parte; sim, ele escolheu especialmente aquela<br />

parte que oferece uma clara e manifesta evidência da verda<strong>de</strong> que ele<br />

pretendia estabelecer, mesmo àqueles cujas mentes sejam incultas e<br />

<strong>de</strong> mínima apreensão. Não há homem <strong>de</strong> mente tão embotada e estúpida<br />

que não consiga ver, bastando dar-se ao trabalho <strong>de</strong> abrir seus<br />

olhos para o fato <strong>de</strong> que é pela espantosa providência <strong>de</strong> Deus que<br />

os cavalos e bois prestam seus serviços aos homens – que as ovelhas<br />

28 “Car il faut suppleer en ceste argument la proposition que les Dialecticiens appellent.” –<br />

v.f.

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