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Comentário de Salmos - Vol. 1

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

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270 • <strong>Comentário</strong> dos <strong>Salmos</strong><br />

gum proveito no empréstimo <strong>de</strong> dinheiro; mas indubitavelmente ele<br />

tem um olho nas artes injustas e capciosas do lucro fácil, por meio das<br />

quais os ricos <strong>de</strong>voravam os pobres. Em suma, uma vez que tenhamos<br />

gravada em nossos corações a regra <strong>de</strong> eqüida<strong>de</strong> que Cristo prescreve<br />

em Mateus: “Portanto, tudo quanto quereis que os homens vos façam,<br />

fazei-lhes também o mesmo” [7.12], não será necessário entrar em longa<br />

controvérsia em torno da usura.<br />

O que se segue no texto aplica-se propriamente aos juízes que,<br />

sendo corrompidos por presentes e recompensas, pervertem toda a<br />

lei e a justiça. Não obstante, po<strong>de</strong> esten<strong>de</strong>r-se ainda mais, visto que às<br />

vezes suce<strong>de</strong> que mesmo pessoas indivi dualmente são corrompidas<br />

pelos subornos a fim <strong>de</strong> <strong>de</strong>fen<strong>de</strong> rem e promoverem causas iníquas.<br />

Davi, portanto, compreen<strong>de</strong> em geral todas aquelas corrupções pelas<br />

quais somos <strong>de</strong>sviados da verda<strong>de</strong> e eqüida<strong>de</strong>. Há quem pense<br />

que o que aqui é tencionado é a capacida<strong>de</strong> dos juízes <strong>de</strong> extorquirem<br />

dinheiro dos inocentes que são acusados, como prêmio <strong>de</strong> seu<br />

livramento, quando <strong>de</strong>veriam, ao contrário, protegê-los e assisti-los<br />

gra tuitamente. À luz das passagens semelhantes em Ezequiel, porém,<br />

às quais já fiz menção, tudo indica que o sentido é diferente.<br />

Aquele que pratica essas coisas. Essa conclusão nos adverte uma<br />

vez mais que todos quantos se introduzem no santuário <strong>de</strong> Deus são cidadãos<br />

permanentes <strong>de</strong> “a santa Jeru salém que é lá <strong>de</strong> cima”; 7 mas que os<br />

hipócritas e todos quantos falsamente se apropriam do título santos, finalmente<br />

serão ‘expulsos’ com Ismael a quem tanto se assemelham. O que<br />

no Salmo 46 se atribui a toda a Igreja, aqui Davi aplica a cada um dos fiéis:<br />

não será abalado para sempre. A razão do que aí vai expresso é porque<br />

Deus habita no meio <strong>de</strong> Jerusalém. Em contrapartida, sabemos que ele se<br />

põe longe dos pérfidos e dos perversos, os quais se aproximam somente<br />

com sua boca e com lábios fingidos.<br />

7 “De la saincte Jerusalem celeste.” – v.f.

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