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Comentário de Salmos - Vol. 1

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

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<strong>Salmos</strong> 30 • 567<br />

sula, Davi reitera a mesma coisa figuradamente: O choro se alojará à<br />

noite; e o júbilo virá pela manhã. Sua intenção não é simplesmente<br />

que a aflição duraria só uma noite, e, sim, se as trevas da adversida<strong>de</strong><br />

caísse sobre o povo <strong>de</strong> Deus, por assim dizer, durante a noite, ou ao<br />

pôr-do-sol, a luz logo brilharia sobre eles a confortar seus espíritos<br />

espicaçados. A instrução <strong>de</strong> Davi equivale dizer que, não fôssemos tão<br />

obstinados, reconheceríamos que o Senhor, mesmo quando parece<br />

envolver-nos por algum tempo com as trevas da aflição, ele sempre e<br />

oportunamente nos ministra uma porção <strong>de</strong> alegria, justamente como<br />

a manhã toma o lugar da noite.<br />

[vv. 6-10]<br />

E eu havia dito em minha tranqüilida<strong>de</strong>: 10 jamais serei abalado. Ó Jehovah!<br />

em teu beneplácito fizeste que minha montanha permanecesse forte; ocultaste<br />

tua face, e fiquei terrificado. Ó Jehovah! a ti clamei, e ao meu Senhor 11<br />

fiz minha súplica. Que proveito há em meu sangue, quando <strong>de</strong>sço à cova? 12<br />

O pó te louvará? ele <strong>de</strong>clarará tua verda<strong>de</strong>? Ouve, ó Jehovah! e tem misericórdia<br />

<strong>de</strong> mim; ó Jehovah, sê tu meu ajudador.<br />

6. E eu havia dito em minha tranqüilida<strong>de</strong>. Esta é a confissão<br />

que previamente mencionei, na qual Davi reconhece que havia sido<br />

justa e merecidamente punido por sua estulta e precipitada confiança,<br />

ao esquecer-se <strong>de</strong> sua mortal e mutável condição <strong>de</strong> ser humano, e ao<br />

pôr <strong>de</strong>masiadamente seu coração na prosperida<strong>de</strong>. Pelo termo, tranqüilida<strong>de</strong>,<br />

ele quer dizer o calmo e florescente estado <strong>de</strong> seu reino. Há<br />

quem traduza o termo hebraico, hwl? (shiluah), o qual traduzimos por<br />

tranqüilida<strong>de</strong>, por abundância, sentido este que às vezes é usado em<br />

outros passos; mas o termo tranqüilida<strong>de</strong> se harmoniza melhor com o<br />

texto; como se Davi dissesse: Quando a fortuna sorriu-me <strong>de</strong> todos os<br />

lados, e nenhum perigo parecia ocasionar temor, minha mente buscou,<br />

por assim dizer, profundo repouso, eu me exaltei dizendo que minha<br />

10 “C’est, en ma prosperite.” – versão francesa marginal. “Isto é, em minha prosperida<strong>de</strong>.”<br />

11 Nosso autor aqui usa Dominus; mas no hebraico é hwhy, Yehovah.<br />

12 A Septuaginta tem “Eivj diaqora,n”, “à corrupção”. A tradução <strong>de</strong> Jerônimo é a mesma: “In<br />

corruptionem.”

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