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Comentário de Salmos - Vol. 1

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

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208 • <strong>Comentário</strong> dos <strong>Salmos</strong><br />

seu povo. Portanto, or<strong>de</strong>na-se aqui a harmonia mútua entre os dois<br />

exercícios religiosos. Deus não tolera que a fé <strong>de</strong> seus servos feneça<br />

ou fracasse, nem permite que eles <strong>de</strong>sistam <strong>de</strong> orar; mas os mantém<br />

perto <strong>de</strong> si, pela fé e pela oração, até que realmente se evi<strong>de</strong>ncie que<br />

sua esperança não foi nem vã nem ineficaz. A frase po<strong>de</strong>, com toda<br />

proprieda<strong>de</strong>, ser assim traduzida: Tu estabelecerás seu coração, até<br />

que teus ouvidos os ouçam.<br />

18. Julgarás o órfão e o pobre. Aqui o salmista aplica a última<br />

frase do versículo anterior com um propósito especial, ou seja, prevenir<br />

os fiéis, quando forem injustamente oprimidos, a que não duvi<strong>de</strong>m<br />

<strong>de</strong> que Deus por fim tomará vingança <strong>de</strong> seus inimigos e lhes conce<strong>de</strong>rá<br />

livramento. Com essas palavras ele nos ensina que <strong>de</strong>vemos<br />

suportar com paciência e <strong>de</strong>terminação as cruzes e aflições que nos<br />

são impostas, visto que Deus às vezes nega assistência a seus servos<br />

até que sejam reduzidos a extremos. Esse é na verda<strong>de</strong> um <strong>de</strong>ver <strong>de</strong><br />

difícil execução, porquanto todos nós <strong>de</strong>sejamos muito ser isentos<br />

<strong>de</strong> problemas; e, portanto, se Deus não vem imediatamente em nosso<br />

socorro, concluímos que ele é remisso e inativo. Mas se estamos<br />

ansiosamente <strong>de</strong>sejosos <strong>de</strong> obter sua assistência, então <strong>de</strong>vemos subjugar<br />

nosso sentimento, restringir nossa impaciência e manter nossas<br />

preocupações <strong>de</strong>ntro dos <strong>de</strong>vidos limites, esperando até que nossas<br />

aflições alcancem o exercício <strong>de</strong> sua compaixão e o incite a manifestar<br />

sua graça, nos socorrendo.<br />

A fim <strong>de</strong> que o homem, que é terreno, não mais lhes infunda terror.<br />

Davi uma vez mais enaltece o po<strong>de</strong>r divino em <strong>de</strong>struir os ímpios;<br />

e o faz com o seguinte propósito: que em meio aos seus tumultuosos<br />

assaltos possamos ter este princípio profundamente arraigado em nossas<br />

mentes: Deus, sempre que lhe apraz, transforma seus intentos em<br />

nada. Alguns enten<strong>de</strong>m o verbo /yra (arots), que traduzimos por terrificar,<br />

como neutro, e lêem as palavras nesta or<strong>de</strong>m: para que o homem<br />

mortal não mais seja motivo <strong>de</strong> medo. Porém concordo mais que o escopo<br />

da passagem seja traduzido transitivamente, como temos feito.<br />

E embora os perversos prosperem em sua perversa trajetória, e er-

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