31.10.2013 Views

Comentário de Salmos - Vol. 1

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

350 • <strong>Comentário</strong> dos <strong>Salmos</strong><br />

mesmo tempo, porém, <strong>de</strong>vemos atentar para o tema do qual Davi está a<br />

tratar, para que não nos afastemos do significado genuíno e próprio. Ora,<br />

visto reconhecer que havia sido restaurado à prosperida<strong>de</strong>, pelo favor<br />

divino, o qual era para ele, por assim dizer, uma luz vivificante, seguindo<br />

nós seu exemplo, consi<strong>de</strong>remos como fato que jamais teremos o conforto<br />

<strong>de</strong> ver nossas adversida<strong>de</strong>s levadas a bom termo, a menos que Deus<br />

disperse as trevas que porventura nos envolvam e nos restaure a luz da<br />

alegria. Contudo, que não nos seja penoso andar nas trevas, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> que<br />

Deus se agra<strong>de</strong> <strong>de</strong> usar-nos como lâmpadas. No versículo seguinte, Davi<br />

atribui a Deus suas vitórias, <strong>de</strong>clarando que, <strong>de</strong> acordo com sua conduta,<br />

ele havia rompido as cunhas ou falanges <strong>de</strong> seus inimigos, e havia tomado<br />

<strong>de</strong> assalto suas cida<strong>de</strong>s fortificadas 43 como uma tempesta<strong>de</strong>. E assim<br />

vemos que, embora fosse valente guerreiro, e habilidoso no manejo das<br />

armas, nada arroga para si. Quanto aos tempos dos verbos, precisamos<br />

informar a nossos leitores <strong>de</strong> uma vez por todas que neste Salmo Davi usa<br />

o passado e o futuro, indiferentemente, não só porque ele apresente a si<br />

mesmo as coisas das quais fala como se fossem ainda acontecer diante<br />

<strong>de</strong> seus olhos, e, ao mesmo tempo, <strong>de</strong>screve um curso contínuo da graça<br />

<strong>de</strong> Deus em seu favor.<br />

30. O caminho <strong>de</strong> Deus é perfeito. A frase, O caminho <strong>de</strong> Deus, não<br />

é aqui tomada no sentido <strong>de</strong> sua vonta<strong>de</strong> revelada, mas <strong>de</strong> seu método<br />

<strong>de</strong> tratar com seu povo. O significado, pois, consiste em que Deus jamais<br />

<strong>de</strong>saponta ou engana a seus servos, nem os esquece em tempos <strong>de</strong> necessida<strong>de</strong><br />

(como po<strong>de</strong> ser o caso com as pessoas que não ajudam seus<br />

<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntes, exceto até on<strong>de</strong> isso contribua para sua vantagem pessoal),<br />

mas fielmente <strong>de</strong>fen<strong>de</strong> e sustenta aqueles a quem uma vez tomou sob sua<br />

proteção. Nós, porém, jamais sentiremos qualquer solicitu<strong>de</strong> por Deus, a<br />

43 A última cláusula, Por meu Deus tenho saltado por sobre muros, é traduzida pela versão Caldaica:<br />

“Subjugarei as torres fortificadas.” Hammond a traduz assim: “Por meu Deus tenho tomado<br />

um forte.” Em apoio a esse ponto <strong>de</strong> vista, ele observa que a palavra rwX, shur, <strong>de</strong> rwX, shor, observar,<br />

significa tanto um muro do qual se observa a aproximação do inimigo, quanto uma torre <strong>de</strong><br />

vigia e forte. Se tomarmos rwX, shur, no sentido <strong>de</strong> um muro, o verbo glr, dalag, será corretamente<br />

traduzido por saltar; mas se rwX, shur, significa um forte, então o verbo significará apo<strong>de</strong>rar-se <strong>de</strong>le<br />

repentinamente, e portanto será melhor traduzido por tomá-lo.

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!