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Comentário de Salmos - Vol. 1

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

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12 • <strong>Comentário</strong> dos <strong>Salmos</strong><br />

ver apreciar, e exemplos <strong>de</strong> cada conflito espiritual que nos é possível<br />

experimentar. Deparamo-nos com muitas manifestações da imensurabilida<strong>de</strong>,<br />

da majesta<strong>de</strong> e das perfeições do único e verda<strong>de</strong>iro Deus,<br />

seu governo do mundo e seu especial <strong>de</strong>svelo por seu povo eleito.<br />

Deparamo-nos com os variados exercícios da alma regenerada, e vemo-la<br />

numa ocasião oferendo ferventes súplicas Àquele que ouve as<br />

orações, e noutra celebrando suas perfeições e obras; numa ocasião<br />

dando expressão às ar<strong>de</strong>ntes aspirações <strong>de</strong> amor a Deus e <strong>de</strong> confiança<br />

nele, e noutra se digladiando com a <strong>de</strong>scrença e a corrupção; em<br />

certa ocasião pranteando sob a disciplina divina em <strong>de</strong>corrência do<br />

pecado, e noutra se regozijando sob o efeito da mercê perdoadora e<br />

<strong>de</strong>sfrutando daquela paz que exce<strong>de</strong> a toda e qualquer compreensão.<br />

Presenciamos infindáveis e grandiosas predições concernentes ao<br />

Messias – sua humilhação, sofrimentos, morte, ressurreição e ascensão<br />

para assentar-se à direita do Pai; sua obra no céu como Intercessor<br />

<strong>de</strong> seu povo, bem como sua autorida<strong>de</strong> como Rei universal; a efusão<br />

das influências do Espírito Santo e a conversão <strong>de</strong> todas as nações à fé<br />

do evangelho. Em suma, ali esten<strong>de</strong>mos nossa vista para o juízo final,<br />

para a reunião <strong>de</strong> todos os justos diante <strong>de</strong> Deus e para a exclusão<br />

eterna dos ímpios, tanto da felicida<strong>de</strong> quanto da esperança.<br />

Esses tópicos, e outros similares, são <strong>de</strong>monstrados nos mais<br />

nobres estilos da poesia e numa expressão cuja magnificência e sublimida<strong>de</strong><br />

correspon<strong>de</strong>m à importância e grandiosida<strong>de</strong> dos sentimentos<br />

que constituem a essência <strong>de</strong>sse Livro; e enquanto proporcionam uma<br />

prova incontestável <strong>de</strong> que o Livro é inspirado, <strong>de</strong> que ele consiste,<br />

não das criações provenientes da mera capacida<strong>de</strong> humana, mas <strong>de</strong><br />

uma emanação celestial, <strong>de</strong>monstram que seu caráter e tendência<br />

são totalmente diferentes do caráter e tendência da mais admirável<br />

poesia que a habilida<strong>de</strong> das nações pagãs jamais produziu. Ele não<br />

serve a qualquer paixão <strong>de</strong>pravada; não nutre qualquer virtu<strong>de</strong> fictícia;<br />

não se presta a oferecer seu <strong>de</strong>licioso incenso no santuário da<br />

<strong>de</strong>gradante superstição. Ele ensina a mais sublime pieda<strong>de</strong> e a mais<br />

pura moralida<strong>de</strong>. Sua única intenção é refinar e enaltecer a natureza

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