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Comentário de Salmos - Vol. 1

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

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282 • <strong>Comentário</strong> dos <strong>Salmos</strong><br />

essas palavras ele <strong>de</strong> monstra que, se não o reconhecermos como nossa<br />

porção todo-suficiente, e se não evitarmos ter os ídolos em pé <strong>de</strong> igualda<strong>de</strong><br />

com ele, 22 então ce<strong>de</strong>rá seu lugar inteiramente a eles e permitirá que<br />

os mesmos tenham plena posse <strong>de</strong> nossos corações. Neste ponto Davi<br />

emprega três metáforas: primeiramente compara Deus a uma herança;<br />

em segundo lugar, a um cálice; e, em terceiro lugar, ele o representa como<br />

alguém que o <strong>de</strong>fen<strong>de</strong> e o guarda como possessão <strong>de</strong> sua herança. Com a<br />

primeira metáfora ele faz alusão às heranças da terra <strong>de</strong> Canaã, sabendo<br />

nós que foram divididas entre os ju<strong>de</strong>us por <strong>de</strong>terminação divina, e a lei<br />

promulgada em favor <strong>de</strong> cada um continha a porção que caía para ele.<br />

Pela palavra cálice <strong>de</strong>nota-se ou a renda como produto <strong>de</strong> sua própria<br />

herança, ou, mediante sinédoque, o sustento ordinário pelo qual a vida é<br />

sustentada, visto que a bebida é uma parte <strong>de</strong> nossa nutrição. 23 É como se<br />

Davi houvera dito: Deus é meu tanto no aspecto <strong>de</strong> proprieda<strong>de</strong> quanto<br />

no <strong>de</strong> <strong>de</strong>sfruto. Tampouco a terceira comparação é supérflua. Amiú<strong>de</strong> suce<strong>de</strong><br />

que os legítimos proprietários são <strong>de</strong>stituídos <strong>de</strong> sua possessão por<br />

não haver alguém que os <strong>de</strong>fenda. Mas enquanto Deus nos dá a ele mesmo<br />

em herança, ele se compromete a exercer seu po<strong>de</strong>r em sustentar-nos<br />

no seguro usufruto <strong>de</strong> um bem inconcebivelmente gran<strong>de</strong>. Ser-nos-ia <strong>de</strong><br />

pouca vantagem tê-lo uma vez obtido como nosso, se porventura ele não<br />

nos assegurasse nossa posse <strong>de</strong>le contra os assaltos que Satanás diariamente<br />

nos faz. Alguns explicam a terceira cláusula como se ele houvera<br />

dito: Tu és meu solo sobre o qual minha porção está situada. Mas esse<br />

sentido parece-me insípido e insatisfatório.<br />

6. As linhas 24 me caíram em lugares amenos. O salmista confirma<br />

mais plenamente o que dissera no versículo anterior com respeito<br />

ao seu <strong>de</strong>scanso, com uma mente disposta e tranqüila, exclusivamente<br />

em Deus; ou, melhor, ele assim se gloria em Deus enquanto <strong>de</strong>spre-<br />

22 “Ains que no’vueillions avoir avec lui les idoles.” – v.f.<br />

23 “D’autant que le bruvage est une partie <strong>de</strong> nostre nourriture.” – v.f.<br />

24 O hebraico tem linhas métricas. Há aqui uma alusão à antiga divisão da terra <strong>de</strong> Canaã entre<br />

o povo eleito <strong>de</strong> Deus. Isso foi feito por porções, e segundo o comprimento e largura da porção<br />

<strong>de</strong> cada tribo eram averiguados por cordas ou linhas métricas. Daí elas chegaram a significar a<br />

terra então medida.

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