31.10.2013 Views

Comentário de Salmos - Vol. 1

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

398 • <strong>Comentário</strong> dos <strong>Salmos</strong><br />

Não posso concordar com aqueles que crêem que aqui se faz menção<br />

daquele patriarca, visto que Deus o educara com várias aflições, não<br />

diferentes daquelas com que ele testara a seu servo Davi. Sou antes <strong>de</strong><br />

opinião que, como é usual na Escritura, o povo eleito é subentendido<br />

pelo termo Jacó. E à luz <strong>de</strong>ste título, o Deus <strong>de</strong> Jacó, os fiéis se animam<br />

a orar pela <strong>de</strong>fesa <strong>de</strong> seu rei; porque um dos privilé gios <strong>de</strong> sua adoção<br />

era viver sob a conduta e proteção <strong>de</strong> um rei posto sobre eles por Deus<br />

mesmo. Desse fato po<strong>de</strong>mos concluir, como eu disse previamente, que<br />

sob a figura <strong>de</strong> um reino temporário se nos <strong>de</strong>screve um governo muito<br />

mais excelente. 1<br />

Visto que Cristo, nosso Rei, sendo um Sacerdote<br />

eterno, jamais cessa <strong>de</strong> fazer intercessão junto a Deus, todo o corpo da<br />

Igreja <strong>de</strong>ve unir-se com ele em oração; 2 e, além do mais, não po<strong>de</strong>mos<br />

alimentar qualquer esperança <strong>de</strong> sermos ouvidos a não ser que ele<br />

vá adiante <strong>de</strong> nós e nos conduza a Deus. 3<br />

E <strong>de</strong> nada nos adianta suavizar<br />

nossas angústias, imaginando que Jesus Cristo, quando somos<br />

afligidos, consi<strong>de</strong>ra nossas angústias como sendo pessoalmente suas,<br />

<strong>de</strong>s<strong>de</strong> que nós, ao mesmo tempo, tomemos alento e continuemos resolutos<br />

e magnânimos na tribulação; o que <strong>de</strong>vemos estar prontos a<br />

fazer, visto que o Espírito Santo, aqui, nos previne <strong>de</strong> que o reino <strong>de</strong><br />

Cristo estaria sujeito a perigos e tribulações.<br />

2. Que ele te envie socorro. Equivale dizer: que ele do monte<br />

Sião te socorra, on<strong>de</strong> or<strong>de</strong>nara fosse colocada a arca do concerto e<br />

a qual escolhera para sua habitação. A <strong>de</strong>bilida<strong>de</strong> da carne não suporta<br />

que os homens se elevem até ao céu; e, portanto, Deus <strong>de</strong>sce<br />

ao encontro <strong>de</strong>les, e pelos meios externos <strong>de</strong> sua graça mostra que<br />

está perto <strong>de</strong>les. Assim a arca do concerto era para seu antigo povo<br />

um penhor <strong>de</strong> sua presença, e o santuário, uma imagem do céu. Mas<br />

visto que Deus, ao <strong>de</strong>signar o monte Sião para ser o lugar on<strong>de</strong> os<br />

1 “Et <strong>de</strong> là il nous convient recueillir ce que j’ay dit, que sous la figure d’un regne temporel<br />

nous est <strong>de</strong>scrit un gouvernement bien plus excelent.” – v.f.<br />

2 Como o povo <strong>de</strong> Israel aqui se une em oração com e pelo monarca <strong>de</strong> Israel, a quem po<strong>de</strong>mos<br />

retratar em nossas mentes como a retirar-se para o tabernáculo a fim <strong>de</strong> oferecer sacrifícios,<br />

on<strong>de</strong> esta animada o<strong>de</strong> era cantada pelos sacerdotes e pelo povo.<br />

3 “Si non qu’il marche <strong>de</strong>vant, et nous conduise à Dieu.” – v.f.

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!