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Comentário de Salmos - Vol. 1

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

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<strong>Salmos</strong> 25 • 495<br />

ginal a conjunção é inserida entre as duas cláusulas <strong>de</strong>ste versículo,<br />

há quem acredite que a primeira cláusula é incompleta, e que alguma<br />

palavra <strong>de</strong>ve ser inserida para completar; e então lêem estas palavras:<br />

Sê tu misericordioso para com minha iniqüida<strong>de</strong> etc., como sendo por<br />

si só uma frase distinta. E assim, segundo sua opinião, o sentido seria:<br />

Senhor, embora não tenha guardado plenamente teu concerto, todavia<br />

nem por isso <strong>de</strong>ixes <strong>de</strong> <strong>de</strong>monstrar bonda<strong>de</strong> para comigo; e para<br />

que minha iniqüida<strong>de</strong> não obstrua tua benevolência <strong>de</strong> vir em meu socorro,<br />

conce<strong>de</strong>-me graciosamente teu perdão. Minha opinião, porém,<br />

é contrária a <strong>de</strong> outros que consi<strong>de</strong>ram supérflua a conjunção, aqui,<br />

como suce<strong>de</strong> em muitos outros lugares, <strong>de</strong> modo a fazer que todo o<br />

versículo forme uma frase conectada. Quanto ao tempo do verbo, há<br />

também uma diversida<strong>de</strong> <strong>de</strong> opiniões entre os intérpretes. Alguns o<br />

traduzem no pretérito, assim: tu foste misericordioso, como se Davi,<br />

aqui, ren<strong>de</strong>sse graças a Deus por ter-lhe perdoado seu pecado. Mas a<br />

outra interpretação, que é a mais geralmente aceita, é também a mais<br />

correta, ou seja, que Davi, com o fim <strong>de</strong> obter perdão, uma vez mais recorre<br />

à misericórdia divina como seu único refúgio. A letra w, vau, que<br />

é equivalente a e, tem às vezes a função <strong>de</strong> mudar o tempo nos verbos<br />

hebraicos, <strong>de</strong> modo que o tempo futuro é às vezes tomado no sentido<br />

do optativo. Além do mais, conecto este versículo com o prece<strong>de</strong>nte,<br />

<strong>de</strong>sta forma: O profeta, havendo refletido sobre o fato <strong>de</strong> Deus ser<br />

bondoso e fiel para com os que o servem, agora examina seu próprio<br />

coração, e reconhece que não po<strong>de</strong> ser contado como um <strong>de</strong>les, a menos<br />

que Deus lhe conceda o perdão <strong>de</strong> seus pecados, como no Salmo<br />

19.13, <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> haver se referido à recompensa que é oferecida aos fiéis<br />

que cumprem a lei, repentinamente exclama: “Quem po<strong>de</strong> discernir<br />

seus erros?” Conseqüentemente, embora Davi não seja ignorante do<br />

fato <strong>de</strong> Deus prometer liberalmente <strong>de</strong>rramar sobre os que guardam<br />

sua aliança toda bênção que faz parte <strong>de</strong> uma vida <strong>de</strong> felicida<strong>de</strong>, contudo,<br />

ao mesmo tempo, consi<strong>de</strong>rando quão longe está <strong>de</strong> cumprir a<br />

perfeita justiça da lei, ele não <strong>de</strong>scansa nela sua confiança, mas busca<br />

um antídoto para as multiformes ofensas das quais se sente culpado.

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