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Comentário de Salmos - Vol. 1

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

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<strong>Salmos</strong> 27 • 523<br />

ra com as mais cruciantes tentações, se fortifica <strong>de</strong> antemão e, por<br />

assim dizer, reúne recursos para confiança; pois é necessário que os<br />

santos energicamente lutem consigo mesmos para repelir e vencer as<br />

dúvidas que a carne com tanta propensão nutre, a fim <strong>de</strong> que alegre<br />

e <strong>de</strong>sembaraçadamente se <strong>de</strong>diquem à oração. Davi, conseqüentemente,<br />

havendo sido agitado por várias tempesta<strong>de</strong>s, finalmente se<br />

recobra e grita triunfantemente sobre as angústias que o haviam acossado,<br />

regozijando-se no fato <strong>de</strong> que, sempre que Deus manifesta sua<br />

misericórdia e favor, não há nada por que temer. Isso é também sugerido<br />

pelo acúmulo <strong>de</strong> termos que ele emprega quando chama a Deus<br />

não só minha luz, mas também minha salvação, e a rocha ou força <strong>de</strong><br />

minha vida. Seu objetivo era usar um tríplice escudo, por assim dizer,<br />

contra seus vários temores, como sendo suficiente para repelir os<br />

golpes. O termo luz, como é bem notório, é usado na Escritura para<br />

<strong>de</strong>notar alegria ou a perfeição da felicida<strong>de</strong>. Além do mais, para explicar<br />

seu significado, ele aduz que Deus era sua salvação e a força <strong>de</strong> sua<br />

vida, quando foi por seu socorro que ele se sentia em segurança e livre<br />

dos terrores da morte. Certamente, <strong>de</strong>scobrimos que todos os nossos<br />

temores são oriundos <strong>de</strong>sta fonte, a saber, que nos sentimos <strong>de</strong>masiadamente<br />

ansiosos por nossa vida quando não reconhecemos que<br />

Deus é seu preservador. Não nos é possível termos tranqüilida<strong>de</strong>, pois,<br />

enquanto não nos persuadirmos <strong>de</strong> que nossa vida é suficientemente<br />

guardada, porquanto é ela protegida pelo infinito po<strong>de</strong>r <strong>de</strong> Deus. A<br />

interrogação, também, <strong>de</strong>monstra o quanto Davi apreciava a proteção<br />

divina, quando ele assim ousadamente exulta contra todos os seus inimigos<br />

e perigos. Nem intrepidamente prestamos a <strong>de</strong>vida homenagem<br />

a Deus, a menos que, confiando em seu auxílio prometido, ousemos<br />

gloriar-nos na infalibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> nossa segurança. Pesando, por assim<br />

dizer, em seqüência todo o po<strong>de</strong>r da terra e do inferno, Davi consi<strong>de</strong>ra<br />

tudo mais leve do que a pluma, e consi<strong>de</strong>ra exclusivamente a Deus<br />

como sendo o mais excelente <strong>de</strong> todos.<br />

Aprendamos, pois, a dar ao po<strong>de</strong>r <strong>de</strong> Deus, para nos proteger, um<br />

valor tal, que o mesmo ponha em fuga todos os nossos temores. Não

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