31.10.2013 Views

Comentário de Salmos - Vol. 1

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

<strong>Salmos</strong> 6 • 115<br />

com isso insinuando que as partes mais resistentes <strong>de</strong> sua estrutura<br />

foram feitas para tremerem <strong>de</strong> medo. A seguir assinala a causa disso,<br />

dizendo: E minha alma está excessivamente perturbada. A partícula<br />

conectiva, e, em minha opinião, tem aqui o sentido da partícula causal,<br />

pois, como se quisesse dizer: Tão severa e íntima é a angústia <strong>de</strong> meu<br />

coração, que afeta e esvai as energias <strong>de</strong> cada parte <strong>de</strong> meu corpo.<br />

Não aprovo a opinião que aqui toma alma por vida, e nem mesmo se<br />

a<strong>de</strong>qua ao escopo da passagem.<br />

3. E tu, ó Jehovah, até quando? Essa forma elíptica <strong>de</strong> expressão<br />

serve para expressar mais energicamente a veemência da conturbação,<br />

a qual não só conserva as mentes humanas confusas, mas igualmente<br />

suas línguas, impedindo o fluxo da linguagem no meio da sentença.<br />

Contudo, é duvidoso o significado <strong>de</strong>sta expressão abrupta. Há quem,<br />

para completar a sentença, a complemente com as palavras: me afligirás?<br />

ou: continuarás a castigar-me? Outros lêem: Até quando adiarás tua<br />

misericórdia? Mas o que está <strong>de</strong>clarado no versículo seguinte mostra<br />

que este segundo sentido é o mais provável, pois ali Davi ora para que<br />

o Senhor o consi<strong>de</strong>rasse com olhos <strong>de</strong> graça e compaixão. Ele, pois,<br />

se queixa <strong>de</strong> Deus se haver esquecido <strong>de</strong>le, ou que não tinha por ele<br />

nenhuma consi<strong>de</strong>ração, assim como aparentemente Deus se mantém<br />

afastado <strong>de</strong> nós sempre que sua assistência ou graça realmente não<br />

se manifesta em nosso favor. Deus, em sua compaixão para conosco,<br />

permite que oremos para que se apresse em socorrer-nos; mas quando<br />

nos queixamos abertamente <strong>de</strong> sua muita <strong>de</strong>longa, visando a que<br />

nossas orações ou nosso sofrimento, por essa conta, não vão além dos<br />

limites, <strong>de</strong>vemos submeter nosso caso inteiramente à sua vonta<strong>de</strong>, e<br />

não querer que ele se apresse mais do que lhe apraz.<br />

[vv. 4, 5]<br />

<strong>Vol</strong>ta-te, ó Senhor, e livra minha alma; salva-me em consi<strong>de</strong>ração por tua<br />

misericórdia. Pois, na morte, não há recordação <strong>de</strong> ti; e, no sepulcro, quem<br />

te reconhecerá? 6<br />

6 “Car il n’est fait nulle mention <strong>de</strong> toy en la mort: qui est-ce qui te louëra au sepulchre?” – v.f.<br />

(“Pois na morte não se faz menção <strong>de</strong> ti; e quem te louvará na sepultura?”)

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!