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Comentário de Salmos - Vol. 1

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

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410 • <strong>Comentário</strong> dos <strong>Salmos</strong><br />

a palavra hebraica, bwf (tob), por bonda<strong>de</strong>; 3 com isso, porém, não posso<br />

concordar. Ela <strong>de</strong>ve antes ser tomada no sentido <strong>de</strong> a beneficência ou as<br />

graciosas dádivas <strong>de</strong> Deus. E assim o significado será: O rei <strong>de</strong> nada carecerá<br />

que seja indispensável para fazer sua vida feliz em todos os aspectos,<br />

visto que Deus, <strong>de</strong> seu próprio beneplácito, antecipará seus <strong>de</strong>sejos e o<br />

enriquecerá com abundância <strong>de</strong> todas as coisas excelentes.<br />

O salmista faz expressa menção <strong>de</strong> a coroa, porquanto ela era o<br />

emblema e insígnia da realeza; e com isso ele notifica que Deus seria<br />

o guardião do rei, a quem ele mesmo criara. Como, porém, o profeta<br />

testifica, dizendo que o dia<strong>de</strong>ma real, <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> permanecer por tanto<br />

tempo <strong>de</strong>sonrado no pó, logrará ser colocado na cabeça <strong>de</strong> Cristo,<br />

chegamos à conclusão <strong>de</strong> que, através <strong>de</strong>ste cântico, a mente dos piedosos<br />

seria elevada pela esperança do reino eterno, do qual apenas<br />

uma sombra, ou uma obscura imagem, se manifestou na pessoa dos<br />

sucessores <strong>de</strong> Davi. A doutrina da eterna duração do reino <strong>de</strong> Cristo<br />

é, portanto, aqui estabelecida, visto que ele não fora posto no trono<br />

pelo favor ou pelos sufrágios humanos, mas por Deus que, do céu, pôs<br />

a coroa real em sua cabeça, com suas próprias mãos.<br />

[vv. 4-6]<br />

A ti ele pediu vida, e tu lhe <strong>de</strong>ste longa extensão <strong>de</strong> dias, para sempre e<br />

eternamente. Gran<strong>de</strong> é sua glória em tua salvação; <strong>de</strong> esplendor e beleza<br />

o vestiste. 4 Pois tu o puseste por bênçãos para sempre; tu o alegraste com<br />

júbilo diante <strong>de</strong> tua face [ou em tua presença].<br />

4. A ti ele pediu vida. Este versículo confirma o que eu já afirmei<br />

anteriormente, ou seja, que este Salmo não <strong>de</strong>ve ser limitado à pessoa<br />

<strong>de</strong> um único homem. A vida <strong>de</strong> Davi, é verda<strong>de</strong>, foi prolongada por<br />

um longo período, <strong>de</strong> modo que, quando partiu <strong>de</strong>ste mundo, era um<br />

homem em avançada ida<strong>de</strong> e cheio <strong>de</strong> dias. Mas o curso <strong>de</strong> sua vida<br />

3 Lendo “bênçãos <strong>de</strong> bonda<strong>de</strong>”; isto é, as melhores ou mais excelentes bênçãos.<br />

4 Esplendor e beleza. “Parkhurst observa que as duas palavras assim traduzidas são às vezes<br />

associadas na Escritura. A primeira parece <strong>de</strong>notar o esplendor ou glória intrínseca; a última, o<br />

ornamento, beleza ou majesta<strong>de</strong>, resultantes daquela.” – Bispo Mant.

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