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Comentário de Salmos - Vol. 1

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

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236 • <strong>Comentário</strong> dos <strong>Salmos</strong><br />

opinião <strong>de</strong> ou tros, mas <strong>de</strong> acordo com a angústia <strong>de</strong> sua própria mente,<br />

quei xando-se <strong>de</strong> ser negligenciado por Deus. Não que a persuasão da<br />

veracida<strong>de</strong> das promessas <strong>de</strong> Deus estivesse extinta <strong>de</strong> seu coração, ou<br />

que ele não <strong>de</strong>scansasse em sua graça; mas quando nos vemos por muito<br />

tempo sobrecarregados com calamida<strong>de</strong>s, e quando não mais divisamos<br />

qualquer sinal do auxílio divino, este pensamento inevitavelmente se nos<br />

impõe, ou seja: Deus se esqueceu <strong>de</strong> mim! Reconhecer em meio às nossas<br />

aflições que ele realmente se preocupa conosco não é muito próprio<br />

dos homens nem é o que a própria natureza nos induz a fazer; mas é<br />

pela fé que tomamos posse <strong>de</strong> sua providência invisível. Portanto, Davi,<br />

aparentemente, até on<strong>de</strong> possa ser julgado à luz do real estado <strong>de</strong> suas<br />

ativida<strong>de</strong>s, estava <strong>de</strong> fato esquecido por Deus. Ao mesmo tempo, contudo,<br />

os olhos <strong>de</strong> sua mente, guiados pela luz da fé, penetraram até mesmo<br />

a graça <strong>de</strong> Deus, ainda que estivesse ela envolta em trevas. Quando ele<br />

disse que nem sequer um único raio <strong>de</strong> esperança havia em qualquer<br />

direção para a qual se voltasse, até on<strong>de</strong> a razão humana pu<strong>de</strong>sse julgar,<br />

constrangido pela tristeza, ele clama, dizendo que Deus não o levara em<br />

conta; e no entanto por sua própria queixa ele fornece evidência <strong>de</strong> que<br />

a fé o capacitara a pôr-se em lugar mais alto, e chega à conclusão <strong>de</strong> que,<br />

ao contrário do juízo da carne, seu bem-estar estava seguro nas mãos<br />

divinas. Do contrário, como era possível que tivesse dirigido a Deus seus<br />

gemidos e orações? Seguindo este exemplo, <strong>de</strong>vemos então conten<strong>de</strong>r<br />

contra as tentações, protegidos pela certeza <strong>de</strong> fé, mesmo submersos no<br />

mais emaranhado dos conflitos [cotidia nos], confessando que as calamida<strong>de</strong>s<br />

que nos induzem ao <strong>de</strong>sespero têm <strong>de</strong> ser vencidas; justamente<br />

como vemos que a fraqueza da carne não podia impedir Davi <strong>de</strong> recorrer<br />

a Deus e <strong>de</strong> encontrar nele seus recursos. E assim ele associa em seus<br />

exercícios, com muita beleza, os sentimentos que aparentemente são<br />

contraditórios. As palavras, Até quando, para sempre?, são uma forma<br />

<strong>de</strong>fectiva <strong>de</strong> expressão; mas são muito mais enfáticas do que se ele houvera<br />

posto a pergunta segundo o modo usual <strong>de</strong> falar: Por que <strong>de</strong>moras<br />

tanto? Ao falar assim, ele nos dá a enten<strong>de</strong>r que, com o propósito <strong>de</strong> nutrir<br />

sua esperança e encorajar-se no exercício da paciência, ele esten<strong>de</strong>u

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