31.10.2013 Views

Comentário de Salmos - Vol. 1

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

300 • <strong>Comentário</strong> dos <strong>Salmos</strong><br />

se resvalarem em relação ao futuro. E, indubitavelmente, quanto mais<br />

exceda alguém em graça, 21<br />

mais <strong>de</strong>ve ele temer a queda; pois a política<br />

costumeira <strong>de</strong> Satanás é empenhar-se, mesmo à luz da virtu<strong>de</strong> e força<br />

com que Deus nos revestiu, 22 por produzir em nós aquela confiança carnal<br />

que nos induz à negligência. Não rejeito sumariamente esse sentido, mas<br />

creio ser mais provável que Davi, aqui, estivesse a rogar a Deus para que<br />

levasse suas ativida<strong>de</strong>s a um resultado feliz, por mais obscuros os aspectos<br />

dos problemas fossem no momento. A essência <strong>de</strong> sua linguagem é a<br />

seguinte: Senhor, já que tu vês que eu ando em integrida<strong>de</strong> e sincerida<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> coração, governa-me <strong>de</strong> tal maneira que todos os homens vejam que<br />

tu és meu protetor e guardião e não me <strong>de</strong>ixes ser entregue à vonta<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

meus inimigos. Conseqüentemente, por as veredas do Senhor ele quer dizer,<br />

não a doutrina pela qual nossa vida é regulada, mas o po<strong>de</strong>r pelo qual<br />

Deus nos sustenta, bem como a proteção pela qual ele nos preserva. E ele<br />

se dirige a Deus nesses termos, não só porque todos os eventos estejam<br />

em suas mãos, mas porque, ao cuidar <strong>de</strong> nós, todas as coisas que nos pertencem<br />

prosseguem prosperamente. Ao acrescentar, para que as plantas<br />

<strong>de</strong> meus pés não resvalem, ele se refere aos muitos e adversos eventos<br />

que nos ameaçam a cada instante e ao perigo que corremos <strong>de</strong> soçobrar,<br />

não fôssemos sustentados pela mão divina.<br />

6. Tenho te invocado. Essa construção verbal <strong>de</strong>nota um ato<br />

contínuo; e, portanto, ela inclui a idéia <strong>de</strong> presente do indicativo. A<br />

palavra hebraica, yk (ki), que traduzimos por se guramente, equivale<br />

a porque, e se for assim entendida nesta passagem, o significado será<br />

que Davi se revestiu <strong>de</strong> coragem para orar, porque, <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ndo da<br />

promessa <strong>de</strong> Deus, ele esperava que suas orações não seriam em vão.<br />

Mas é provável que seja preferível mudar o tempo do verbo, como<br />

fazem alguns, para produzir este significado: Orarei, porque tenho até<br />

aqui experimentado que tens ouvido 23<br />

minhas orações. Entretanto,<br />

21 “Et <strong>de</strong> faict, selon qu’un chacun a receu plus <strong>de</strong> graces.” – v.f. “E, indubitavelmente, por<br />

mais graça que alguém tenha recebido.”<br />

22 “De la vertu et force que Dieu nous aura donnee.” – v.f.<br />

23 A Septuaginta traduz o verbo no pretérito: “Ephkousaj mou”: “Tu me tens ouvido.” A Siríaca<br />

e a Vulgata apresentam uma tradução similar. O verbo, no hebraico, está no futuro; mas é muito

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!