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Comentário de Salmos - Vol. 1

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

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536 • <strong>Comentário</strong> dos <strong>Salmos</strong><br />

13. Se eu não tivesse crido ver a bonda<strong>de</strong> <strong>de</strong> Jehovah. É geralmente<br />

aceito entre os intérpretes que esta sentença é incompleta.<br />

Alguns, contudo, são <strong>de</strong> opinião que a partícula hebraica, alwl (lulë),<br />

é usada com o propósito <strong>de</strong> informação, como se fosse uma espécie<br />

<strong>de</strong> juramento; os hebreus tinham o costume <strong>de</strong> jurar <strong>de</strong> forma elíptica;<br />

pois, interrompendo-se no meio do discurso e <strong>de</strong>ixando-o incompleto,<br />

<strong>de</strong>ixavam em branco uma imprecação, ou seja, para que Deus os<br />

punisse em caso <strong>de</strong> cometerem perjúrio. Mas um número maior apresenta<br />

uma interpretação diferente, ou seja, que Davi informa que ele<br />

era sustentado somente pela fé, do contrário teria perecido centenas<br />

<strong>de</strong> vezes. O significado que <strong>de</strong>duzem, conseqüentemente, é: Não tivera<br />

eu confiado na promessa <strong>de</strong> Deus, e com toda certeza me assegurado<br />

<strong>de</strong> que seria conservado em segurança, e não tivera prosseguido firme<br />

nessa persuasão, teria perecido completamente: não haveria nenhum<br />

outro remédio. Alguns enten<strong>de</strong>m por na terra dos viventes a herança<br />

celestial; esta interpretação, porém, é forçada e <strong>de</strong>stoa do estilo usual<br />

da Escritura. Quando Ezequias lamenta em seu cântico registrado em<br />

Isaías 38.11, <strong>de</strong> que per<strong>de</strong>ra a esperança <strong>de</strong> ver a Deus “na terra dos<br />

viventes”, sua intenção, sem a menor sombra <strong>de</strong> dúvida, é esta vida,<br />

como imediatamente adiciona: “Jamais verei o homem com os moradores<br />

do mundo.” Uma forma similar <strong>de</strong> expressão ocorre também<br />

em outro lugar [Jr 11.19]. Davi, pois, cria que ele ainda <strong>de</strong>sfrutaria da<br />

bonda<strong>de</strong> <strong>de</strong> Deus neste mundo, ainda que, no momento, se achasse<br />

privado <strong>de</strong> toda a experiência do favor divino e não conseguia divisar<br />

nem sequer uma fagulha <strong>de</strong> luz. Das trevas da morte, pois, ele promete<br />

a si mesmo uma prelibação do favor divino, e com essa persuasão<br />

sua vida é sustentada, embora, segundo o critério da razão carnal, a<br />

mesma estivesse em convalescência <strong>de</strong> perdas no passado. Deve observar-se,<br />

contudo, que Davi não ousa ir além da promessa divina. É<br />

verda<strong>de</strong> que “a pieda<strong>de</strong> é em tudo proveitosa, tendo a promessa da<br />

vida que agora é e da que há <strong>de</strong> vir” [1 Tm 4.8], jamais, porém, ousaria<br />

nutrir tal persuasão não fora ele informado por revelação especial e<br />

assegurado mediante a promessa <strong>de</strong> um sucessor, que se assentaria

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