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Comentário de Salmos - Vol. 1

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

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<strong>Salmos</strong> 26 • 519<br />

costumava ser o caso num massacre <strong>de</strong>sor<strong>de</strong>nado. Esta foi a objeção<br />

expressa por Abraão: “Longe <strong>de</strong> ti que faças tal coisa, que mates o<br />

justo com o ímpio, <strong>de</strong> modo que o justo seja como o ímpio; esteja isso<br />

longe <strong>de</strong> ti. Não fará justiça o Juiz <strong>de</strong> toda a terra?” [Gn 18.25.] Lembremo-nos,<br />

pois, que essas formas <strong>de</strong> oração são ditadas pelo Espírito<br />

Santo, a fim <strong>de</strong> que os fiéis, sem qualquer hesitação, se assegurem <strong>de</strong><br />

que Deus ainda se assenta inquisitorialmente sobre cada caso humano,<br />

para, por fim, exercer justo juízo. Na segunda cláusula, em vez da<br />

expressão: os perversos, ele usa homens sanguinários, ampliando o que<br />

havia dito. Porque, embora muitos perversos não se precipitam subitamente<br />

na prática <strong>de</strong> homicídio, não obstante, no transcurso do tempo,<br />

se habituam à cruelda<strong>de</strong>; nem ainda Satanás lhes permi ti rá <strong>de</strong>scansar<br />

enquanto não os precipitar em atos sanguinários.<br />

10. Porque em suas mãos está a malícia. O termo hebraico, hMz (zimmah),<br />

significa propriamente um artifício ou estratagema interior. Aqui,<br />

porém, ele não é in<strong>de</strong>vidamente aplicado às mãos, visto que Davi <strong>de</strong>sejava<br />

<strong>de</strong>clarar que os perversos, <strong>de</strong> quem estava falando, não só engendravam<br />

frau<strong>de</strong> secretamente, mas também executavam vigorosamente com suas<br />

mãos a malícia que seu coração engendrava. Ao acrescentar: Suas <strong>de</strong>stras<br />

estão cheias <strong>de</strong> subornos, po<strong>de</strong>mos inferir disto que as pessoas para quem<br />

apontava, para que fossem observadas, não eram <strong>de</strong>ntre as pessoas comuns,<br />

mas <strong>de</strong>ntre a própria nobreza, as quais eram as mais culpadas <strong>de</strong><br />

praticar tal corrupção. Ainda que a comum e mais vil espécie <strong>de</strong> homens<br />

seja alugada para se obter recompensa e subornada como agente da perversida<strong>de</strong>,<br />

contudo sabemos que o suborno é principalmente ofe recido<br />

aos juízes e a outros gran<strong>de</strong>s homens que se acham no po<strong>de</strong>r; e <strong>de</strong>ssa<br />

forma sabemos que no tempo referido aqui os piores homens estavam<br />

investidos <strong>de</strong> autorida<strong>de</strong>. Não era <strong>de</strong> se admirar, portanto, que Davi<br />

lamentasse que a justiça estivesse exposta à venda. Somos também admoestados<br />

por esta expressão, pois os que se <strong>de</strong>leitam com peitas não<br />

conseguem fazer outra coisa senão ven<strong>de</strong>r-se à iniqüida<strong>de</strong>. Nem é em<br />

vão, inquestionavelmente, que Deus <strong>de</strong>clare que “a peita cega os olhos<br />

dos sábios, e perverte a causa dos justos” [Dt 16.19].

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