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Comentário de Salmos - Vol. 1

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

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<strong>Salmos</strong> 14 • 253<br />

fonte e causa <strong>de</strong>ssa <strong>de</strong>senfreada perversida<strong>de</strong>, ou seja, que tais pessoas<br />

não sentem a mínima reverência por Deus. A religião é a melhor<br />

mestra para ensinar-nos a mutuamente manter a eqüida<strong>de</strong> e a retidão<br />

uns para com outros. E on<strong>de</strong> a preocupação pela religião é extinta,<br />

toda e qualquer consi<strong>de</strong>ração pela justiça perece juntamente com ela.<br />

Com respeito à frase, invocam o Senhor, visto que constitui o principal<br />

exercício da pieda<strong>de</strong>, ela inclui, por meio <strong>de</strong> sinédoque (figura <strong>de</strong> retórica,<br />

por meio da qual uma parte substitui o todo), não só aqui, mas<br />

em muitas outras passagens da Escritura, todo o serviço <strong>de</strong> Deus.<br />

[vv. 5, 6]<br />

Ali tremeram <strong>de</strong> medo, 11 pois Deus está em [ou com, ou é por 12 ] a geração<br />

dos justos. Ridicularizais o conselho dos pobres, visto que Jehovah é sua<br />

esperança.<br />

5. Ali tremem <strong>de</strong> medo. O profeta agora anima tanto a si próprio<br />

quanto a todos os fiéis com a melhor <strong>de</strong> todas as consolações, ou<br />

seja, que Deus não se esquecerá <strong>de</strong> seu povo até ao fim; ao contrário,<br />

ele por fim se manifestará para ser seu <strong>de</strong>fensor. Alguns explicam o<br />

advérbio <strong>de</strong> lugar, ali, como signi ficando que Deus tomará vingança<br />

dos perversos na presença dos santos, porquanto praticaram sua<br />

tirania contra eles. Mas, quanto a mim, penso que com esta palavra<br />

há expressa a certeza <strong>de</strong> sua punição, 13<br />

como se o salmista apontas-<br />

11 É a opinião geral que este Salmo foi composto durante o alarme e perigo que foram ocasionados<br />

pela rebelião <strong>de</strong> Absalão, e que essa é uma predição do fracasso da conspiração. Mas<br />

Calmet e Mudge situam o Salmo no cativeiro babilônico, e o último pressupõe que neste versículo<br />

e no prece<strong>de</strong>nte há uma alusão ao gran<strong>de</strong> terror em que os pagãos foram lançados, em meio à<br />

suas ímpias bebe<strong>de</strong>iras e algazarras; as quais alguns situam no cenário que ocorreu na festa <strong>de</strong><br />

Belsazar, quando a mão foi vista escrevendo na pare<strong>de</strong>. Há, contudo, gran<strong>de</strong> incerteza quanto à<br />

ocasião em que a maioria dos <strong>Salmos</strong> foi composta; e os que têm examinado as diferentes opiniões<br />

dos intérpretes, sobre o tema, se convencem da dificulda<strong>de</strong> <strong>de</strong> se chegar a um consenso.<br />

12 “Avec ou pour.” – versão francesa marginal.<br />

13 Embora o castigo não tivesse sido ainda aplicado sobre os opressores do povo <strong>de</strong> Deus,<br />

<strong>de</strong> quem o salmista falara no versículo prece<strong>de</strong>nte, ele fala <strong>de</strong> seu castigo como se já houveraocorrido.<br />

A razão <strong>de</strong>sse modo <strong>de</strong> se expressar concernente às coisas futuras na poesia profética,<br />

Horsley explica ser a seguinte: “Que um cenário <strong>de</strong> caráter futuro é apresentado à imaginação do<br />

profeta, e o que ele vê nesse cenário ele fala como se já fosse realizado.”

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