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Comentário de Salmos - Vol. 1

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

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<strong>Salmos</strong> 21 • 417<br />

na prática <strong>de</strong> todo gênero <strong>de</strong> pecado sem qualquer temor do perigo,<br />

e dia a dia se tornam mais presunçosos. Esse escárnio divino,<br />

é verda<strong>de</strong>, produz em nós pouco conforto, não obstante <strong>de</strong>vemos<br />

completar o tempo <strong>de</strong> nossa vida <strong>de</strong> guerra até que chegue “o dia da<br />

vingança do Senhor”, o qual, como diz Isaías, também será “o ano<br />

<strong>de</strong> nossa re<strong>de</strong>nção” [Is 34.8]. Parece-me não ser fora <strong>de</strong> propósito<br />

que na última cláusula haja anunciada contra os inimigos <strong>de</strong> Cristo<br />

uma <strong>de</strong>struição semelhante àquela que Deus nos tempos antigos<br />

enviou sobre Sodoma e Gomorra. A punição foi um extraordinário<br />

e memorável exemplo, acima <strong>de</strong> todos os <strong>de</strong>mais, do juízo divino<br />

contra todos os perversos, ou, melhor, foi, por assim dizer, uma<br />

imagem visível para a terra do eterno fogo do inferno que está preparado<br />

para os réprobos; e daí ser essa similitu<strong>de</strong> freqüentemente<br />

encontrada nos escritos sacros.<br />

10. Tu <strong>de</strong>struirás da terra seu fruto. Davi amplifica a gran<strong>de</strong>za da<br />

ira divina, à luz da circunstância <strong>de</strong> que ela se esten<strong>de</strong>rá até mesmo<br />

aos filhos dos perversos. É uma doutrina bastante comum na Escritura<br />

que Deus não só aplica castigo sobre os primeiros originadores<br />

da perversida<strong>de</strong>, mas a faz fluir mesmo do seio <strong>de</strong> seus filhos. 10<br />

E<br />

ainda quando assim exerça sua vingança até à terceira e quarta geração,<br />

não se po<strong>de</strong> dizer que ele envolva indiscriminadamente o<br />

inocente com o culpado. Visto que a progênie dos ímpios, a quem<br />

privou <strong>de</strong> sua graça, é maldita, e visto que todos são por natureza<br />

filhos da ira, <strong>de</strong>stinados à <strong>de</strong>struição eterna, ele não é menos justo<br />

em exercer sua severida<strong>de</strong> nos filhos do que nos pais. Quem po<strong>de</strong>rá<br />

acusá-lo <strong>de</strong> algo, se ele priva os que são indignos da mesma graça<br />

que comunica a seus próprios filhos? Em ambas as formas ele mostra<br />

quão querido e precioso lhe é o reino <strong>de</strong> Cristo. Primeiro, em<br />

esten<strong>de</strong>r sua misericórdia aos filhos dos justos até mil gera ções; e,<br />

segundo, em fazer sua ira repousar sobre os réprobos até à terceira<br />

e quarta geração.<br />

10 “Mais qu’il le fait mesme regorger au sein <strong>de</strong>s enfans d’iceux.” – v.f. Veja-se Isaías 65.6-7.

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