31.10.2013 Views

Comentário de Salmos - Vol. 1

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

<strong>Salmos</strong> 22 • 447<br />

que o nome <strong>de</strong> Deus não é <strong>de</strong>vidamente celebrado, senão on<strong>de</strong> há<br />

verda<strong>de</strong>ira pieda<strong>de</strong> e temor íntimo <strong>de</strong> Deus. Conseqüentemente, em<br />

sua exortação ele uma vez mais junta os louvores <strong>de</strong> Deus com a<br />

reverência para com ele. Temei-o vós, <strong>de</strong>scendência <strong>de</strong> Israel, diz<br />

ele; pois toda boa aparência com que os hipócritas se revestem neste<br />

assunto não passa <strong>de</strong> pura zombaria. O temor que ele recomenda<br />

não é, contudo, aquele que levaria os fiéis a fugirem da presença <strong>de</strong><br />

Deus, mas aquele que os introduzirá humil<strong>de</strong>mente em seu santuário,<br />

como se acha <strong>de</strong>clarado no Salmo 15. Alguns po<strong>de</strong> rão sentir<br />

surpresos <strong>de</strong> encontrar Davi en<strong>de</strong>reçando uma exor tação em prol<br />

do louvor 28 <strong>de</strong> Deus, àqueles a quem havia previamente recomendado<br />

a agirem assim. Mas isso é facilmente explicável, pois mesmo os<br />

mais santos <strong>de</strong>ntre os homens no mundo nunca são tão plenamente<br />

imbuídos do temor <strong>de</strong> Deus que não tenham mais necessida<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> continuamente incitar-se ao seu exercício. Conseqüentemente,<br />

a exortação não é <strong>de</strong> forma alguma supérflua quando, falando<br />

daqueles que temem a Deus, ele os exorta a reverenciarem-no e a<br />

prostrarem-se humil<strong>de</strong>mente diante <strong>de</strong>le.<br />

24. Pois ele não <strong>de</strong>sprezou. Regozijar-se pelo bem uns dos outros, e<br />

ren<strong>de</strong>r graças pela comum felicida<strong>de</strong> uns dos outros, é uma parte daquela<br />

comunhão que <strong>de</strong>ve existir entre o povo <strong>de</strong> Deus, como Paulo também<br />

ensina: “Ajudando-nos também vós com orações por nós, para que pela<br />

mercê, que por muitas pessoas nos foi feita, por muitas também sejam<br />

dadas graças a nosso respeito” [2 Co 1.11]. Mas essa afirmação <strong>de</strong> Davi<br />

serve a outro importante propósito – serve para encorajar a cada pessoa<br />

a esperar que Deus exerça a mesma mercê para com ela. De passagem,<br />

somos ensinados à luz <strong>de</strong>ssas palavras que o povo <strong>de</strong> Deus <strong>de</strong>ve suportar<br />

com paciência suas aflições, enquanto for do agrado do Senhor conserválo<br />

num estado <strong>de</strong> angústia, para que, por fim, o socorra e lhe conceda seu<br />

auxílio, quando for severamente provado.<br />

28 Isto é, “louvor <strong>de</strong> Deus”, tanto na versão latina quanto na francesa; mas o fio do pensamento<br />

parece requerer que seja “temor <strong>de</strong> Deus”.

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!