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Comentário de Salmos - Vol. 1

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

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302 • <strong>Comentário</strong> dos <strong>Salmos</strong><br />

que ele reúne seu próprio povo, para si, numa só comunhão [Mt 3.12 e<br />

25.32]. Eu, contudo, prefiro seguir outra exposição.<br />

Davi, em minha opinião, percebendo que só po<strong>de</strong>ria ser libertado<br />

das perigosas circunstâncias em que fora posto por meios singulares<br />

e extraordinários, se vale do maravilhoso e miraculoso po<strong>de</strong>r <strong>de</strong> Deus.<br />

Os que crêem que ele <strong>de</strong>sejava que Deus negasse sua graça a seus<br />

perseguidores, fazem mui abrupta violência ao escopo da passagem.<br />

Mediante essa circunstância, há expresso o extremo perigo a que Davi<br />

estava exposto; pois, do contrário, teria sido bastante para ele ter sido<br />

socorrido <strong>de</strong> uma forma comum e ordinária, na qual Deus costuma<br />

diariamente favorecer e ajudar a seu próprio povo. A gravida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

sua angústia, portanto, o constrangeu a rogar a Deus que operasse<br />

miraculosamente para seu livramento.<br />

O título com que ele aqui honra a Deus – ó preservador daqueles<br />

que confiam [em ti] – serviu para confirmá-lo na inabalável esperança <strong>de</strong><br />

obter o que solicitara. Visto que Deus toma sobre si a responsabilida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

salvar a todos os que confiam nele, sendo Davi um <strong>de</strong>ntre eles, então ele<br />

podia com boas razões assegurar-se da segurança e livramento. Portanto,<br />

sempre que nos aproximarmos <strong>de</strong> Deus, que o primeiro pensamento<br />

impresso in<strong>de</strong>levelmente em nossa mente seja que, visto não ser em vão<br />

que ele é chamado o preservador daqueles que nele confiam, não temos<br />

motivo algum para temer que ele não estará disposto a socorrer-nos,<br />

contanto que nossa fé continue a confiar inabalavelmente em sua graça. E<br />

se toda via <strong>de</strong> livramento for fechada, lembremo-nos também, ao mesmo<br />

tempo, que ele possui maravilhosos e inconcebíveis meios <strong>de</strong> socorrernos,<br />

os quais servem para mais conspicuamente magnificar e manifestar<br />

seu po<strong>de</strong>r. Mas como o gerúndio, confiando ou esperando, está expresso<br />

sem qualquer termo adicional, expressando o objeto <strong>de</strong>ssa confiança ou<br />

esperança, 26<br />

alguns intérpretes o conectam com as últimas palavras do<br />

versí culo, tua <strong>de</strong>stra, como se a or<strong>de</strong>m das palavras fosse invertida. Eles,<br />

26 Poole observa que a frase hebraica para “aqueles que confiam” po<strong>de</strong> ser propriamente<br />

traduzida sem qualquer suplemento, ‘crentes’.

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