31.10.2013 Views

Comentário de Salmos - Vol. 1

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

358 • <strong>Comentário</strong> dos <strong>Salmos</strong><br />

41. Clamarão, mas nenhum salvador haverá para eles. A mudança<br />

do tempo verbal, do passado para o futuro, não quebra a<br />

seqüência ou continuida<strong>de</strong> da narrativa; e então as palavras po<strong>de</strong>m<br />

ser explicadas assim: embora clamassem a Deus, não obstante suas<br />

orações foram rejeitadas por ele. Davi prossegue com o mesmo tema<br />

que propusera ilustrar antes, isto é, que era finalmente manifesto, à luz<br />

dos resultados, que seus inimigos falsamente se gloriavam <strong>de</strong> contar<br />

com o apoio e simpatia <strong>de</strong> Deus, os quais <strong>de</strong>monstravam que ele se<br />

afastara <strong>de</strong>les. É verda<strong>de</strong> que, quando suas ativida<strong>de</strong>s continuavam <strong>de</strong><br />

vento em popa, às vezes recebiam por isso aplausos e enaltecimentos,<br />

porque comumente se cria que Deus lhes era favorá vel, enquanto que,<br />

ao mesmo tempo, ele parecia opor-se a Davi, o qual, embora clamasse<br />

noite e dia a ele, isso <strong>de</strong> nada lhe valia. Mas <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> Deus haver testado<br />

suficientemente a paciência <strong>de</strong> seu servo, ele os lança por terra e<br />

dissipa suas vãs esperanças; ao contrário, ele nem se digna em ouvir<br />

suas orações. Agora percebemos o <strong>de</strong>sígnio <strong>de</strong> Davi nessas palavras.<br />

Visto que os ímpios <strong>de</strong>s<strong>de</strong> sempre perversamente usaram mal o nome<br />

<strong>de</strong> Deus, preten<strong>de</strong>ndo que ele favorecia seu injusto procedimento, o<br />

salmista escarnece <strong>de</strong> sua vanglória, ante o fato <strong>de</strong> que eram completamente<br />

frustrados. Deve observar-se que ele aqui fala dos hipócritas,<br />

os quais nunca invocam a Deus sincera e verda<strong>de</strong>iramente. Porquanto<br />

esta promessa jamais fa lhará: “Perto está o Senhor <strong>de</strong> todos os que o<br />

invocam, <strong>de</strong> todos os que o invocam em verda<strong>de</strong>” [Sl 145.18]. Portanto,<br />

Davi não diz que seus inimigos eram repelidos quando recorriam<br />

a Deus com sincerida<strong>de</strong> <strong>de</strong> coração, mas só quando, com sua costumeira<br />

insolência, pensavam que Deus era, por assim dizer, obrigado<br />

a conduzir e levar a bom termo suas perversas empresas. Quando<br />

os ímpios, no extremo <strong>de</strong> suas aflições, <strong>de</strong>rramam suas orações, e<br />

quando, consternados pelo medo, e tremendo <strong>de</strong> pavor ante os males<br />

pen<strong>de</strong>ntes, <strong>de</strong>monstram certa aparência <strong>de</strong> humilda<strong>de</strong>, não obstante<br />

não <strong>de</strong>monstram qualquer mudança em seus propósitos com o fim <strong>de</strong><br />

verda<strong>de</strong>iramente arrepen<strong>de</strong>r-se e emendar o mal <strong>de</strong> seus caminhos.<br />

Além disso, em vez <strong>de</strong> se <strong>de</strong>ixarem influenciar pela fé, são impulsiona-

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!