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Comentário de Salmos - Vol. 1

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

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276 • <strong>Comentário</strong> dos <strong>Salmos</strong><br />

Devemos, pois, valorizar e apreciar <strong>de</strong> forma sublime os genuínos<br />

e <strong>de</strong>votados servos <strong>de</strong> Deus, e não consi<strong>de</strong>rar nada mais importante<br />

do que nossa participação <strong>de</strong> sua socieda<strong>de</strong>. E isso realmente faremos<br />

se sabiamente refletirmos sobre em que consiste a genuína excelência<br />

e dignida<strong>de</strong> e não permitir que o vão esplendor do mundo e suas pompas<br />

ilusórias ofusquem nossos olhos.<br />

[v. 4]<br />

Terão suas dores multiplicadas os que fazem oferendas a estranhos; 9<br />

não<br />

provarei 10 suas libações 11 nem tomarei seus nomes em meus lábios.<br />

O salmista agora <strong>de</strong>screve a forma genuína <strong>de</strong> manter a harmonia<br />

fraternal com os santos, <strong>de</strong>clarando que nada terá a ver com os<br />

incrédulos e supersticiosos. Não po<strong>de</strong>remos viver unidos no único<br />

corpo da Igreja, sujeitos a Deus, se não quebrarmos todos os laços da<br />

impieda<strong>de</strong>, separando-nos dos idó latras e conservando-nos puros e<br />

longe <strong>de</strong> todas as poluições que corrompem e viciam o santo serviço<br />

<strong>de</strong>vido a Deus. Esse é certamente o fio do discurso <strong>de</strong> Davi. Quanto às<br />

palavras, porém, há uma infinida<strong>de</strong> <strong>de</strong> opiniões entre os expositores.<br />

Alguns traduzem a primeira palavra do versículo, twbxu (atsboth), por<br />

ídolos, 12<br />

e segundo essa tradução o significado seria que, uma vez os<br />

9 “A un Dieu estrange, et autre que le vray Dieu.” – verão francesa marginal. “Isto é, a um <strong>de</strong>us<br />

estranho, e não ao Deus verda<strong>de</strong>iro.”<br />

10 Na versão Latina, a palavra é ‘libabo’, que significa ou provar ou <strong>de</strong>rramar em oferenda;<br />

na versão Francesa é ‘gousteray’, que significa simplesmente provar. Diz Poole: “Os gentios costumavam<br />

(como diversos eruditos têm observado) oferecer e às vezes beber parte do sangue <strong>de</strong><br />

seus sacrifícios, quer <strong>de</strong> animais quer <strong>de</strong> seres humanos, quando algum <strong>de</strong>les era sacrificado.”<br />

– Annotations.<br />

11 Na versão Francesa, a palavra é ‘sacrifícios’, acerca da qual Calvino insere a seguinte nota<br />

à margem: “Le mot signifie proprement bruvages accoustumez en sacrifices.” – “A palavra propriamente<br />

dita aponta para o costume <strong>de</strong> beber nos sacrifícios.”<br />

12 A versão Caldaica traz “seus ídolos”. A Septuaginta traz avsqeiai auvtwn, “suas <strong>de</strong>bilida<strong>de</strong>s”<br />

ou “aflições”; e a Siríaca e Árabe usam uma palavra <strong>de</strong> sentido semelhante. O bispo Patrick parafraseia<br />

o versículo assim: “Multiplicam os ídolos (1 Sm 26.19) e são zelosos no serviço <strong>de</strong> outro<br />

<strong>de</strong>us. Mas nunca me esquecerei <strong>de</strong> ti, participando com eles <strong>de</strong> seus abomináveis sacrifícios (nos<br />

quais se ofe rece sangue <strong>de</strong> seres humanos), nem jurando pelo nome <strong>de</strong> algum <strong>de</strong> seus <strong>de</strong>uses<br />

falsos.” “Dathe observa que twbc[ nunca significa ídolos, sendo a palavra própria ~ybc[. Veja-se<br />

Gesenius e 1 Sm 31.9; 2 Sm 5.21; Os 4.17. As outras versões da Polyglott apoiam a interpretação

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