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Comentário de Salmos - Vol. 1

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

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<strong>Salmos</strong> 18 • 353<br />

ado por meus braços. Também me tens dado o escudo <strong>de</strong> tua salvação; e<br />

tua mão direita me tem sustentado, e tua clemência me tem fortalecido. Tu<br />

tens alargado meus passos <strong>de</strong>baixo <strong>de</strong> mim, e meus pés não têm vacilado.<br />

Havendo Davi tomado muitas fortalezas, as quais, <strong>de</strong>vido<br />

ao acesso íngreme e difícil, <strong>de</strong>sfrutavam da fama <strong>de</strong> serem<br />

inexpugnáveis, ele exalta a graça <strong>de</strong> Deus nesse particular. Ao dizer<br />

que Deus lhe <strong>de</strong>ra pés como os das corças, sua intenção era que<br />

Deus lhe havia dado uma ligeireza tal que a mesma geralmente não<br />

era comum aos homens. O sentido, pois, é que havia sido auxiliado<br />

por Deus <strong>de</strong> uma forma inusitada, <strong>de</strong> sorte que, à semelhança <strong>de</strong><br />

uma cabra montês, ele subia com espantosa rapi<strong>de</strong>z as rochas mais<br />

inacessíveis. Ele chama <strong>de</strong> fortalezas porque, como conquistador,<br />

havia conquistado por direito <strong>de</strong> guerra seus lugares altos; pois<br />

com razão podia gloriar-se <strong>de</strong> que não tomara posse <strong>de</strong> nada que<br />

porventura per tencesse a outrem, visto estar ciente <strong>de</strong> que fora<br />

por Deus que havia sido chamado para ocupar essas fortalezas. Ao<br />

dizer que suas mãos foram a<strong>de</strong>stradas e armadas para a guerra,<br />

ele confessa que não havia adquirido por sua própria habilida<strong>de</strong><br />

a <strong>de</strong>s treza para a luta, tampouco fora pelo exercício e experiência,<br />

mas a obtivera mercê <strong>de</strong> um dom, pela singular munificência divina.<br />

Em geral é verda<strong>de</strong> que a habilida<strong>de</strong> e a força para a guerra<br />

procediam tão-somente <strong>de</strong> uma secreta virtu<strong>de</strong> comunicada por<br />

Deus; mas Davi, imediatamente a seguir, mostra que fora provido<br />

<strong>de</strong> maior força para a execução <strong>de</strong> suas guerras do que a que os<br />

homens comumente possuem, já que seus braços eram suficientemente<br />

fortes para fazerem em pedaços mesmo os arcos <strong>de</strong> bronze.<br />

É verda<strong>de</strong> que ele possuía, por natureza, uma vigorosa e po<strong>de</strong>rosa<br />

constituição física; mas a Escritura o <strong>de</strong>screve como sendo um<br />

homem <strong>de</strong> baixa estatura, e a própria similitu<strong>de</strong> que ele aqui usa<br />

subenten<strong>de</strong> algo que excedia a força natural do homem.<br />

do prova <strong>de</strong> gran<strong>de</strong> força, muito mais para comprimi-lo do que para quebrá-lo. Arquear um arco<br />

<strong>de</strong> bronze é ainda mais expressivo, e ainda mais fazê-lo com os braços sem exigir a participação<br />

do pé, que era então geralmente empregado para fazer aquele esforço.

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