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Comentário de Salmos - Vol. 1

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

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60 • <strong>Comentário</strong> dos <strong>Salmos</strong><br />

nossa atenção para a manifestação da glória celestial <strong>de</strong> Cristo, da qual<br />

temos falado. A expressão, ser gerado, não implica, portanto, que ele,<br />

então, começou a ser o Filho <strong>de</strong> Deus, mas que sua existência então se<br />

fez manifesta ao mundo. Finalmente, esse gerar não <strong>de</strong>ve ser inferido<br />

do amor mútuo que existe entre o Pai e o Filho; apenas significa que<br />

Aquele que esteve oculto <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o princípio no secreto seio do Pai, que<br />

mais tar<strong>de</strong> esteve obscuramente representado sob a lei, se fez notório<br />

como o Filho <strong>de</strong> Deus a partir do tempo quando se manifestou com<br />

marcas autênticas e evi<strong>de</strong>ntes <strong>de</strong> Filiação, segundo o quê se encontra<br />

expresso em João 1.14: “E vimos sua glória, glória como do Unigênito<br />

do Pai.” Entretanto, <strong>de</strong>vemos, ao mesmo tempo, ter em mente o que<br />

Paulo ensina [Rm 1.4], ou seja, que ele foi <strong>de</strong>clarado Filho <strong>de</strong> Deus,<br />

com po<strong>de</strong>r, quando ressuscitou dos mortos, e portanto o que aqui está<br />

expresso é principalmente uma alusão ao dia da ressurreição. Porém,<br />

seja qual for o tempo específico aqui aludido, o Espírito Santo realça<br />

o solene e oportuno tempo <strong>de</strong> sua manifestação, justamente como ele<br />

posteriormente faz nestas palavras: “Este é o dia que o Senhor fez;<br />

regozijemo-nos e alegremo-nos nele” [Sl 118.24].<br />

8. Pe<strong>de</strong>-me. Cristo, é verda<strong>de</strong>, pediu a seu Pai: “glorifica-me, ó<br />

Pai, contigo mesmo, com a glória que eu tive junto <strong>de</strong> ti, antes que<br />

houvesse mundo” [Jo 17.5]; todavia, o significa mais óbvio é que o Pai<br />

não negará absolutamente nada a seu Filho, o que se relaciona com<br />

a extensão <strong>de</strong> seu reino até aos confins da terra. Nesta maravilhosa<br />

questão, porém, Cristo é introduzido como que apresentando-se diante<br />

do Pai com orações, a fim <strong>de</strong> ilustrar a graciosa liberalida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Deus<br />

em conferir aos homens a honra <strong>de</strong> constituir seu próprio Filho Governador<br />

sobre o mundo inteiro. É verda<strong>de</strong> que, como a eterna Palavra<br />

<strong>de</strong> Deus, Cristo tem sempre tido em suas mãos, por direito soberano,<br />

autorida<strong>de</strong> e majesta<strong>de</strong>, e como tal não po<strong>de</strong> receber nenhum acréscimo<br />

mais; mas ainda é exaltado na natureza humana, na qual ele tomou<br />

sobre si a forma <strong>de</strong> servo. Esse título, pois, não lhe é aplicado só como<br />

Deus, senão que se esten<strong>de</strong> a toda a sua pessoa como Mediador; pois,<br />

após Cristo ter se esvaziado, lhe foi dado um nome que é sobre todo

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