31.10.2013 Views

Comentário de Salmos - Vol. 1

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

116 • <strong>Comentário</strong> dos <strong>Salmos</strong><br />

4. <strong>Vol</strong>ta-te, ó Senhor. Nos versículos prece<strong>de</strong>ntes, o salmista<br />

<strong>de</strong>plorou a ausência <strong>de</strong> Deus; e agora ele ansiosamente solicita as<br />

indicações <strong>de</strong> sua presença; pois nossa felicida<strong>de</strong> consiste nisto:<br />

que somos alvos da consi<strong>de</strong>ração divina, porém cremos que ele se<br />

encontra alienado <strong>de</strong> nós caso não nos apresente alguma evidência<br />

substancial <strong>de</strong> seu cuidado por nós. Que Davi, naquele tempo, enfrentava<br />

risco máximo, <strong>de</strong>duzimos <strong>de</strong>ssas palavras, nas quais ele ora tanto<br />

pelo livramento <strong>de</strong> sua alma, por assim dizer, das guelras da morte,<br />

quanto por sua restauração a um estado <strong>de</strong> segurança. Todavia, não<br />

se faz qualquer menção <strong>de</strong> alguma enfermida<strong>de</strong> física; e, portanto, não<br />

faço idéia alguma sobre a natureza <strong>de</strong> sua aflição. Davi, uma vez mais,<br />

confirma o que só tocara no segundo versículo concernente à misericórdia<br />

<strong>de</strong> Deus, isto é, que este é o único refúgio don<strong>de</strong> espera vir seu<br />

livramento, a saber: salva-me em consi<strong>de</strong>ração por tua misericórdia. Os<br />

homens jamais encontrarão um antídoto para suas misérias, enquanto,<br />

esquecendo-se <strong>de</strong> seus próprios méritos, diante do fato <strong>de</strong> que são<br />

os únicos a enganar a si próprios, não apren<strong>de</strong>rem a recorrer à misericórdia<br />

gratuita <strong>de</strong> Deus.<br />

5. Pois na morte não há recordação <strong>de</strong> ti. Depois <strong>de</strong> Deus nos<br />

conce<strong>de</strong>r gratuitamente todas as coisas, ele nada requer em troca<br />

senão uma grata lembrança <strong>de</strong> seus benefícios. Referência a essa gratidão<br />

se faz quando Davi diz: “Pois, na morte, não há recordação <strong>de</strong> Deus,<br />

nem no sepulcro qualquer celebração <strong>de</strong> seu louvor.” Eis sua intenção:<br />

se, pela graça <strong>de</strong> Deus, ele fosse libertado da morte, lhe seria agra<strong>de</strong>cido<br />

e guardaria isso na memória. E lamenta que, se fosse retirado do<br />

mundo, ficaria privado do po<strong>de</strong>r e da oportunida<strong>de</strong> <strong>de</strong> manifestar sua<br />

gratidão, visto que, nesse caso, ele não mais estaria presente na socieda<strong>de</strong><br />

dos homens para ali enaltecer ou celebrar o Nome <strong>de</strong> Deus. À<br />

luz <strong>de</strong>sta passagem, alguns concluem que os mortos não têm emoção<br />

alguma e que esta é completamente extinta neles. Essa, porém, é uma<br />

inferência precipitada e injustificada, pois <strong>de</strong> nada se trata aqui senão<br />

da celebração mútua da graça <strong>de</strong> Deus, na qual os homens se engajam<br />

enquanto caminham na terra dos viventes. Sabemos que somos pos-

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!