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Comentário de Salmos - Vol. 1

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

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<strong>Salmos</strong> 26 • 515<br />

Igreja. Deve observar-se, entrementes, que o que mantinha Davi era sua<br />

comunhão com Deus e com as coisas sacras.<br />

6. Lavarei minhas mãos na pureza. Referindo-se, nestas palavras, ao<br />

uso ordinário dos sacrifícios, ele faz distinção entre ele mesmo e os que<br />

professavam oferecer o mesmo culto divino, e se lançavam aos serviços<br />

do santuário como se só eles possuíssem o direito exclusivo <strong>de</strong> efetuá-los.<br />

Portanto, como Davi e esses hipócritas eram um neste aspecto, <strong>de</strong> modo<br />

que entravam no santuário e se acercavam juntos do altar sagrado, Davi<br />

prossegue mostrando que ele era um adorador genuíno, <strong>de</strong>clarando que<br />

diligentemente participava não só dos ritos externos, mas que também se<br />

entregava ao culto divino com inusitada <strong>de</strong>voção. É óbvio que ele alu<strong>de</strong><br />

ao rito solene da lava gem, o qual era praticado sob a lei. 5 Conseqüentemente,<br />

reprova a grosseira superstição dos hipócritas que, ao buscarem<br />

unicamente a purificação da água, negligenciavam a verda<strong>de</strong>ira purificação;<br />

enquanto que o propósito divino, na institui ção do sinal externo, era<br />

conscientizar os homens <strong>de</strong> sua polui ção interna, e assim estimulá-los<br />

ao arrependimento. A lava gem externa sozinha, em vez <strong>de</strong> trazer proveito<br />

aos hipócritas, aumenta-lhes a distância entre eles e Deus. Quando o<br />

salmista, pois, diz: Lavarei minhas mãos na inocência, ele <strong>de</strong>clara que a<br />

única coisa que faziam, com suas lavagens, era juntar mais poluição e<br />

sujeira. O termo hebraico, /wyQn (nikkayon), significa a limpeza <strong>de</strong> alguma<br />

coisa, e é figuradamente usado para inocência. Vemos assim que, como<br />

os hipócritas não <strong>de</strong>rivam qualquer pureza moral <strong>de</strong> suas lavagens, Davi<br />

moteja do esforço com que inutilmente se empenham e se atormentam<br />

em tais ritos. Portanto, por mais que os perversos se exaltem na Igreja, e<br />

ainda que multidões <strong>de</strong>les povoem nossos santuários, que nós, seguindo<br />

o exemplo <strong>de</strong> Davi, celebremos a profissão externa <strong>de</strong> nossa fé <strong>de</strong> tal maneira<br />

que não substituamos frau dulentamente seus ritos externos pela<br />

5 A lavagem das mãos em solene protesto <strong>de</strong> inocência, em ocasiões particulares, era or<strong>de</strong>nada<br />

pelo ritual mosaico, e era comum entre os ju<strong>de</strong>us [Dt 21.6,7]. Era um uso comum entre eles<br />

antes da oração; e os sacerdotes, em particular, não podiam realizar qualquer ofício sacro no<br />

santuário enquanto não <strong>de</strong>rramassem água do lavatório, lavando suas mãos, o qual fora posto no<br />

templo com esse propósito [Êx 40.30-33].

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