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Comentário de Salmos - Vol. 1

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

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422 • <strong>Comentário</strong> dos <strong>Salmos</strong><br />

ela <strong>de</strong>nota força; 3<br />

mas é mais correto traduzi-la por corça. Visto que é<br />

evi<strong>de</strong>nte, à luz do testemunho dos apóstolos, ser este Salmo uma profecia<br />

relativa a Cristo, os intérpretes antigos pensavam que Cristo não<br />

seria suficientemente dignificado e honrado a menos que, revestindose<br />

<strong>de</strong> um sentido místico ou alegórico sobre a palavra corça, vissem-na<br />

como ênfase às várias coisas que se incluíam num sacrifício. Os que<br />

também preferem traduzir as palavras origi nais, rj?h tlya (ayeleth<br />

hashachar), como sendo o alvorecer do dia ou manhã, 4<br />

têm se esforçado<br />

por fazer a mesma coisa. Mas como não me sinto disposto a<br />

solidarizar-me com tais sutilezas, será prefe rível adotar aquele ponto<br />

<strong>de</strong> vista acerca do título que for mais simples e natural. Penso que ele<br />

mui provavelmente fosse a princípio algum cântico popular; tampouco<br />

vejo como a inscrição comporte alguma relação do tema do Salmo. À<br />

luz do teor <strong>de</strong> toda a composição, parece que Davi não faz, aqui, mera<br />

referência a uma só perseguição, mas abrange todas as perseguições<br />

que sofrera <strong>de</strong> Saul. Entretanto, é incerto se ele compôs este Salmo<br />

quando pacificamente <strong>de</strong>sfrutava <strong>de</strong> seu reino, ou se foi no tempo <strong>de</strong><br />

sua aflição; não há dúvida, porém, <strong>de</strong> que ele, aqui, <strong>de</strong>screve os pensamentos<br />

que transitavam por sua mente em meio às suas dificulda<strong>de</strong>s,<br />

perplexida<strong>de</strong>s e sofrimentos.<br />

[vv. 1, 2]<br />

Deus meu! Deus meu! por que me <strong>de</strong>samparaste? Por que te achas<br />

longe <strong>de</strong> meu socorro e das palavras <strong>de</strong> meu bramido? Ó Deus meu!<br />

eu clamo <strong>de</strong> dia, 5<br />

mas tu não me ouves; e <strong>de</strong> noite, e não há nenhum<br />

sossego para mim.<br />

1. Deus meu! O primeiro versículo contém duas notáveis expressões<br />

que, embora aparentemente contrárias uma à outra, no entanto<br />

vão sucessivamente penetrando cada vez mais o coração dos santos.<br />

3 Aqueles que a traduzem por força <strong>de</strong>rivam a palavra <strong>de</strong> lya, eyl, força, e observam que a<br />

palavra cognata no versículo 20, ytwlya, eyaluthi, é traduzida pela Septuaginta: thn bohqeian mou, meu<br />

auxílio ou força. Pela expressão, a força da manhã, enten<strong>de</strong>m o alvorecer do dia.<br />

4 Esse é o sentido em que Lightfoot enten<strong>de</strong> as palavras.<br />

5 “Mon Dieu, je crie tout le jour.” – v.f. “Ó meu Deus, eu clamo todo o dia.”

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