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Comentário de Salmos - Vol. 1

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

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296 • <strong>Comentário</strong> dos <strong>Salmos</strong><br />

3. Tens provado meu coração. Alguns são <strong>de</strong> opinião que nos<br />

três primeiros verbos o pretérito é expresso no futuro. Outros, mais<br />

corretamente, e mais claramente, analisam as palavras assim: Se tu<br />

provas meu coração, e o visitas <strong>de</strong> noite, e o examinas profundamente,<br />

não será encontrado nele engano algum. Mas, sem fazer alguma<br />

mudança nas palavras, po<strong>de</strong>rão muito bem ser explicadas assim: Tu,<br />

Senhor, que enten<strong>de</strong>s todos os sentimentos e pensamentos secretos<br />

<strong>de</strong> meu coração, mesmo sendo tua a peculiar prerrogativa <strong>de</strong> testar os<br />

homens, sabes muito bem que não sou um homem doble, e não acalento<br />

no íntimo engano algum. O que Davi pretendia expressar é sem<br />

dúvida muito óbvio. Visto que ele era injusta e falsamente acusado <strong>de</strong><br />

crime, e não podia obter nem justiça nem humanida<strong>de</strong> da parte dos<br />

homens, então apela para Deus, solicitando que ele se tornasse o juiz<br />

nessa matéria. 11 Para não agir preci pitadamente, porém, ele se sujeita<br />

a um exame imparcial, visto que Deus, cuja prerrogativa é sondar os<br />

recessos mais secretos do coração, não po<strong>de</strong> ser enganado pela aparência<br />

externa. Foi durante a noite que ele <strong>de</strong>clara ter Deus o visitado,<br />

porque, quando uma pessoa se afasta da presença <strong>de</strong> seus semelhantes<br />

é que ela percebe mais claramente seus pecados, os quais, <strong>de</strong><br />

outra forma, permaneceriam ocultos <strong>de</strong> sua percepção. Precisamente<br />

como, ao contrário, a presença dos homens nos <strong>de</strong>sperta vergonha,<br />

e essa presença é, por assim dizer, um véu diante <strong>de</strong> nossos olhos, o<br />

qual nos impe<strong>de</strong> <strong>de</strong> claramente auscultar nossas faltas. Portanto, é<br />

como se Davi dissesse: Ó Senhor, quando as trevas da noite <strong>de</strong>svendam<br />

a consciência com mais niti<strong>de</strong>z, todo véu sendo então removido,<br />

e quando, nesse momento, as afeições, quer boas quer ruins, segundo<br />

as inclinações humanas, se manifestam mais livremente, então ninguém<br />

se acha presente para testificar e pronunciar juízo sobre elas. Se<br />

tu, pois, me examinas, não encontrarás em meu coração nem disfarce<br />

nem fingimento. 12 Don<strong>de</strong> concluímos quão imensa era a integrida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

11 “Le requerant d’en vouloir estre le juge.” – v.f.<br />

12 “Il ne sera trouve <strong>de</strong>sguisement ne frau<strong>de</strong> quelconque en mon coeur.” – v.f.

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