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Comentário de Salmos - Vol. 1

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

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470 • <strong>Comentário</strong> dos <strong>Salmos</strong><br />

Abraão o símbolo <strong>de</strong> sua presença, para por esse meio assegurar-lhes<br />

sua habitação no meio <strong>de</strong>les, ele lhes ensina que <strong>de</strong>vem esforçar-se<br />

por nutrir a pureza <strong>de</strong> coração e <strong>de</strong> mãos, se quisessem ser consi<strong>de</strong>rados<br />

os membros <strong>de</strong> sua sagrada família.<br />

Com respeito à palavra plenitu<strong>de</strong>, admito que em seu bojo se<br />

acham compreendidas todas as riquezas com que a terra foi adornada,<br />

como se po<strong>de</strong> provar pela autorida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Paulo; mas não tenho<br />

dúvida <strong>de</strong> que o salmista, pela expressão, tem em mente os próprios<br />

homens, os quais são o mais ilustrativo ornamento e glória da terra.<br />

Se fracassassem, a terra exibiria triste cena <strong>de</strong> <strong>de</strong>solação e solicitu<strong>de</strong>,<br />

não menos horrenda do que se Deus a <strong>de</strong>spojasse <strong>de</strong> todas as suas<br />

<strong>de</strong>mais riquezas. A que propósito são aí produzidas tantas espécies<br />

<strong>de</strong> frutos e em tão exuberante abundância, e por que se espalham<br />

nela tantos prazenteiros e <strong>de</strong>leitosos campos, se não é para o uso e<br />

conforto dos homens? 3 Conseqüentemente, Davi explica, na cláusula<br />

seguinte, que é principalmente dos homens que ele fala. É <strong>de</strong> seu modo<br />

habitual repetir a mesma coisa duas vezes, e aqui a plenitu<strong>de</strong> da terra<br />

e os habitantes do mundo têm o mesmo sentido. Contudo não nego que<br />

as riquezas com que a terra se plenifica para o uso dos homens são<br />

compreendidas sob essas expressões. Paulo, pois, ao discorrer acerca<br />

<strong>de</strong> alimentos, oportunamente cita esta passagem em apoio <strong>de</strong> seu argumento,<br />

mantendo que nenhum tipo <strong>de</strong> alimento é impuro, porque “a<br />

terra e sua plenitu<strong>de</strong> são do Senhor” [1 Co 10.26].<br />

Porque ele a fundou sobre os mares. Neste ponto o salmista confirma<br />

a verda<strong>de</strong> <strong>de</strong> que os homens estão legalmente sob a autorida<strong>de</strong><br />

e po<strong>de</strong>r <strong>de</strong> Deus, <strong>de</strong> modo que em todos os lugares e países <strong>de</strong>vem<br />

reconhecê-lo como o Rei. E o confirma à luz da própria or<strong>de</strong>m manifestada<br />

na criação; pois a prodigiosa providência divina é nitidamente<br />

refletida em toda a face da terra. E com o fim <strong>de</strong> comprová-lo, ele lança<br />

mão da terra, que é a prova mais evi<strong>de</strong>nte. Como é que a terra paira<br />

3 “Car à quelle fin font produits <strong>de</strong>s fruits <strong>de</strong> tant <strong>de</strong> sortes, et en telle abondance, et qu’il y a<br />

tant <strong>de</strong> lieux <strong>de</strong> plaisance, si non pour l’usage et commodite <strong>de</strong>s hommes?” nota, fr. marg.

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