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Comentário de Salmos - Vol. 1

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

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<strong>Salmos</strong> 10 • 187<br />

contra os ímpios, o salmista, <strong>de</strong> forma breve, salienta a perversida<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong>les em cruelmente atormentar os aflitos, por nenhuma outra razão<br />

senão porque <strong>de</strong>s<strong>de</strong>nham <strong>de</strong>les e os <strong>de</strong>sprezam, com aquela arrogância<br />

com que se acham entumecidos. E sua cruelda<strong>de</strong> vai muito além<br />

disso, pois, <strong>de</strong>spidos <strong>de</strong> todo sentimento humano, <strong>de</strong>s<strong>de</strong>nhosamente<br />

triunfam sobre os pobres e aflitos, motejando <strong>de</strong>les e <strong>de</strong>sferindo<br />

contra eles todo gênero <strong>de</strong> injúrias. 6<br />

Aliás, a cruelda<strong>de</strong> é sempre arrogante,<br />

sim, pior ainda, a arrogância é a mãe <strong>de</strong> todos os males; pois<br />

se alguém, através da soberba, não magnificar a si próprio acima do<br />

próximo, e através <strong>de</strong> um arrogante conceito <strong>de</strong> si próprio o <strong>de</strong>spreza,<br />

mesmo o espírito humano mais corriqueiro <strong>de</strong>ve ensinar-nos com<br />

que humilda<strong>de</strong> e justiça <strong>de</strong>vemos conduzir-nos na relação uns com os<br />

outros. Mas Davi pretendia, aqui, afirmar que a única causa por que os<br />

ímpios, a quem ele acusa, exercem sua cruelda<strong>de</strong> contra os infelizes e<br />

necessitados, <strong>de</strong> quem não recebem a menor provocação, é a soberba<br />

e a arrogância <strong>de</strong> seus próprios espíritos. Que cada um, portanto, que<br />

<strong>de</strong>seja viver <strong>de</strong> modo justo e inculpável com seus irmãos, tome cuidado<br />

para que não se precipite em tratar os outros <strong>de</strong>s<strong>de</strong>nhosamente; e<br />

que o mesmo se esforce, acima <strong>de</strong> tudo, em ter sua mente isenta da<br />

enfermida<strong>de</strong> chamada orgulho.<br />

A palavra qld (dalak), significa tanto sofrer perseguição quanto<br />

perseguir; Por isso alguns preferem traduzir assim as palavras: O<br />

pobre é perseguido pela soberba dos ímpios. Mas po<strong>de</strong>m também ser<br />

apropriadamente traduzidas assim: O pobre é ferido pela soberba dos<br />

ímpios 77 porque esse é o sentido mais comum da palavra. A soberba<br />

dos perversos, como o fogo, <strong>de</strong>vora o pobre e aflito.<br />

6 “En se mocquant d’eux et les outrageant.” – v.f.<br />

7 “qld, dalak, significa duas coisas: perseguir e ser lançado ao fogo; e ainda que a traduzamos<br />

no primeiro sentido e então a apliquemos a [Xr, rasha, os perversos, no tempo ativo – os perversos<br />

perseguem o pobre –, todavia os intérpretes antigos geralmente a traduzem no modo passivo, e<br />

aplicam-na a yn[, cnay, o pobre, que na soberba dos perversos é lançado ao fogo, isto é, envolvidos<br />

em gran<strong>de</strong> tribulação.” – Hammond. A palavra usada pela Septuaginta é evmpurize,tai... Po<strong>de</strong> haver<br />

na palavra hebraica uma alusão às fogueiras que os perseguidores acendiam para queimar até à<br />

morte os confessores e mártires <strong>de</strong> Cristo.

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