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Comentário de Salmos - Vol. 1

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

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<strong>Salmos</strong> 24 • 471<br />

sobre as águas, senão porque Deus propositadamente tencionou preparar<br />

uma habitação para os homens? Os próprios filósofos admitem<br />

que, como o elemento líquido é em maior quantida<strong>de</strong> que a terra, é<br />

contrária à natureza dos dois elementos 4 alguma parte da terra continuar<br />

a seco e habitável. Conseqüentemente, Jó [28.11,25] enaltece,<br />

em termos magnificentes, que o maior milagre pelo qual Deus refreia<br />

a violenta e tempestuosa fúria do mar, para que não trague a terra, o<br />

que, se o mesmo não fosse contido, imediatamente o faria e produziria<br />

horrível confusão. Tampouco Moisés esquece <strong>de</strong> mencionar isso na<br />

história da criação. Após ter narrado que as águas se espalharam tanto<br />

que cobriam a superfície da terra, acrescenta que, por uma or<strong>de</strong>m<br />

expressa <strong>de</strong> Deus se retiraram para um lugar <strong>de</strong>finido, a fim <strong>de</strong> <strong>de</strong>ixar<br />

espaço vazio para as criaturas vivas que subseqüentemente foram<br />

criadas [Gn 1.9].<br />

À luz <strong>de</strong>sta passagem, apren<strong>de</strong>mos que Deus tomou precaução<br />

em relação ao homem mesmo antes <strong>de</strong> o mesmo existir, já que se pôs<br />

a preparar-lhe uma habitação e outras conveniências; e que ele não<br />

consi<strong>de</strong>rou o homem como inteiramente estranho, visto que tomou<br />

medida em prol <strong>de</strong> suas necessida<strong>de</strong>s, não com menos liberalida<strong>de</strong><br />

do que faz o pai <strong>de</strong> família em favor <strong>de</strong> seus filhos. Davi não apresenta<br />

aqui uma disputa <strong>de</strong> cunho filosófico concernente à situação da terra,<br />

ao dizer que ela foi fundada sobre os mares. Ele lança mão <strong>de</strong> uma<br />

linguagem popular e se adapta à capacida<strong>de</strong> do indouto. Todavia esse<br />

modo <strong>de</strong> se expressar, o qual é tomado do que se po<strong>de</strong> julgar pela<br />

vista, não é sem propósito. O elemento terra, é verda<strong>de</strong>, no tocante à<br />

parte que ocupa o lugar mais inferior na or<strong>de</strong>m da esfera, está <strong>de</strong>baixo<br />

das águas. Mas quanto à parte habitável da terra que está acima da<br />

água, como é possível consi<strong>de</strong>rar que essa separação da água e da<br />

terra permanecer estável senão porque Deus pôs as águas embaixo<br />

à semelhança <strong>de</strong> um fundamento? Ora, visto que <strong>de</strong>s<strong>de</strong> a criação do<br />

mundo Deus esten<strong>de</strong>u seu cuidado paternal a toda a humanida<strong>de</strong>, a<br />

4 “C’est contre la nature <strong>de</strong>s <strong>de</strong>ux elemens.” nota, fr. marg.

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