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Comentário de Salmos - Vol. 1

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

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<strong>Salmos</strong> 19 • 371<br />

maior efeito em excitar nossa atenção, ou pelo menos nos ensina mais<br />

seguramente e com maior proveito do que a simples visão, à qual não<br />

se acrescenta ne nhuma instrução oral, temos que realçar a força da<br />

figura que o salmista usa quando diz que os céus, com sua pregação,<br />

<strong>de</strong>clara a glória <strong>de</strong> Deus.<br />

A repetição que ele faz na segunda cláusula é uma mera explicação<br />

da primeira. Davi <strong>de</strong>monstra como é que os céus nos proclamam a glória<br />

<strong>de</strong> Deus, isto é, pelo público testemunho <strong>de</strong> que não foram postos em<br />

harmonia pelo acaso, senão que foram maravilhosamente criados pelo<br />

supremo Arquiteto. Quando miramos os céus, não po<strong>de</strong>mos senão ser<br />

arrebatados, pela contemplação dos mesmos, para Aquele que é seu<br />

gran<strong>de</strong> Criador; e a bela or<strong>de</strong>m e maravilhosa varieda<strong>de</strong> que distinguem<br />

os cursos e estações dos corpos celestes, juntamente com a beleza e esplendor<br />

que se manifestam neles, não po<strong>de</strong>m senão fornecer-nos uma<br />

evi<strong>de</strong>nte prova <strong>de</strong> sua providência. A Escritura, aliás, nos faz conhecer o<br />

tempo e o modo da cria ção; mas os céus propriamente ditos, ainda que<br />

Deus não houvera dito nada sobre o assunto, proclamam em alto e bom<br />

som e mui distintamente que foram moldados pelas mãos divinas; e isso<br />

por si só é abundantemente suficiente para testificar aos homens a glória<br />

divina. À medida que reconhecemos que Deus é o supremo Arquiteto, o<br />

qual erigiu a linda estrutura do universo, nossas mentes, necessariamente,<br />

se sentirão arrebatadas, com espanto repassado <strong>de</strong> êxtase, por sua<br />

infinita benevolência, sabedoria e po<strong>de</strong>r.<br />

2. Dia a dia pronuncia palavra. Os filósofos, que têm mais penetração<br />

nessas questões que outros, enten<strong>de</strong>m como as estrelas são<br />

dispostas numa or<strong>de</strong>m tão bela, que, não obstante seu imenso número,<br />

não existe a mínima confusão; mas, ao ignorante e iletrado, a contínua<br />

sucessão <strong>de</strong> dias é uma prova mais que indubitável da providência <strong>de</strong><br />

Deus. Davi, pois, havendo falado dos céus, ele não <strong>de</strong>sce, aqui, <strong>de</strong>les<br />

para outras partes do mundo; senão que, à luz <strong>de</strong> um efeito mais sensível<br />

e mais aproximado à nossa compreensão, ele afirma justamente<br />

aquilo <strong>de</strong> que estava falando, isto é, que a glória <strong>de</strong> Deus não só resplan<strong>de</strong>ce,<br />

mas também ressoa nos céus.

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