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Comentário de Salmos - Vol. 1

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

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318 • <strong>Comentário</strong> dos <strong>Salmos</strong><br />

cerca <strong>de</strong> trinta anos antes <strong>de</strong>sse tempo; e <strong>de</strong>s<strong>de</strong> esse evento, Davi <strong>de</strong>sbaratara<br />

muitos inimigos estrangeiros, e também reprimira a rebelião<br />

<strong>de</strong> seu próprio filho Absalão. Mas, persuadido <strong>de</strong> que era uma singular<br />

manifestação da graça <strong>de</strong> Deus em seu favor, e eminentemente digno<br />

<strong>de</strong> ser lembrado o fato <strong>de</strong> que ele havia por tantos anos escapado <strong>de</strong><br />

incontáveis mortes, ou, melhor, que ao longo dos dias em que ele vivera<br />

sob o reinado <strong>de</strong> Saul, Deus havia operado, por assim dizer, tantos<br />

milagres em seu livramento, então ele com razão menciona e celebra<br />

em particular seu livramento das mãos <strong>de</strong>sse implacável inimigo.<br />

Ao <strong>de</strong>nominar-se <strong>de</strong> servo <strong>de</strong> Deus, ele indubitavelmente pretendia<br />

testificar <strong>de</strong> sua vocação ao ofício <strong>de</strong> rei, como se quisesse<br />

dizer: Não usurpei o reino temerariamente, fazendo valer minha<br />

própria autorida<strong>de</strong>, mas simplesmente agi em obediência ao oráculo<br />

celestial. Aliás, em meio às tantas tormentas que iria enfrentar,<br />

era um apoio muitíssimo necessário estar bem certo em sua própria<br />

mente <strong>de</strong> nada ter empreendido além do que Deus havia <strong>de</strong>signado;<br />

ou, melhor, isso foi para ele um céu pacífico e um refúgio se guro<br />

em meio a tantos tumultos e estranhas calamida<strong>de</strong>s. 2<br />

Não há nada<br />

mais miserável do que uma pessoa, em adversida<strong>de</strong>, que entra em<br />

<strong>de</strong>sespero por agir segundo o mero impulso <strong>de</strong> sua própria mente<br />

e não em obediência à vocação divina. Davi, pois, tinha sobejas<br />

razões para <strong>de</strong>sejar que se fizesse notório que não foi movido <strong>de</strong><br />

ambição que veio a tomar parte naqueles renhidos combates, os<br />

quais lhe foram tão dolorosos e difíceis <strong>de</strong> suportar, e que não havia<br />

intentado nada ilícito, nem usara <strong>de</strong> meios perversos, mas que<br />

sempre estivera em prontidão diante da vonta<strong>de</strong> <strong>de</strong> Deus, a qual<br />

lhe serviu <strong>de</strong> luz a guiá-lo em sua vereda. Este é o ponto que nos<br />

é muitíssimo proveito sabermos, a fim <strong>de</strong> não esperarmos viver<br />

memoire, que <strong>de</strong> tous les autres.” – v.f. “Não é necessário supor que Saul fosse posto por último,<br />

como aquele <strong>de</strong> quem ele retinha uma lembrança mais fresca do que a <strong>de</strong> todos os seus <strong>de</strong>mais<br />

inimigos.”<br />

2 “Ou plustost ce luy avoit este un bon port et retraite seure au milieu <strong>de</strong> tant d’esclandres et<br />

calamitez estranges.” – v.f.

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