31.10.2013 Views

Comentário de Salmos - Vol. 1

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

438 • <strong>Comentário</strong> dos <strong>Salmos</strong><br />

são aplicáveis a Cristo, eu já informei o leitor um pouco antes. Visto<br />

ser um homem real, ele era realmente sujeito às fragilida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> nossa<br />

carne, menos na corrupção do pecado. A perfeita pureza <strong>de</strong> sua natureza<br />

não extinguiu as enfermida<strong>de</strong>s humanas. Ela apenas as regulava<br />

para que não se tornassem pecaminosas pelo excesso. A intensida<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> suas tristezas, portanto, não podiam enfraquecê-lo tanto que o impedisse,<br />

mesmo em meio aos seus mais execráveis sofrimentos, <strong>de</strong><br />

submeter-se à vonta<strong>de</strong> <strong>de</strong> Deus, com mente equilibrada e pacífica. Ora,<br />

embora esse não seja o caso em relação a nós, que temos em nosso<br />

íntimo turbulentas e <strong>de</strong>sor<strong>de</strong>nadas emoções, e que nunca po<strong>de</strong>mos<br />

mantê-las sob tal restrição que as impeçamos <strong>de</strong> lançar-nos <strong>de</strong> um<br />

lado a outro por sua impetuosida<strong>de</strong>, no entanto, seguindo o exemplo<br />

<strong>de</strong> Davi, tome mos alento; e quando, através <strong>de</strong> nossa fragilida<strong>de</strong>, estivermos,<br />

por assim dizer, quase sem vida, dirijamos nossos gemidos<br />

a Deus, rogando-lhe que graciosamente se digne <strong>de</strong> restaurar-nos a<br />

força e o alento. 19<br />

15. Minha força secou-se. Sua intenção era falar do vigor que nos<br />

é comunicado pela nutrição radical, como os médicos a chamam. O<br />

que ele acrescenta na próxima cláusula – Minha língua a<strong>de</strong>re ao céu<br />

<strong>de</strong> minha boca – é do mesmo teor. Sabemos que a excessiva tristeza<br />

não só consume os espíritos vitais, mas também seca quase que toda<br />

a umida<strong>de</strong> que temos em nossos corpos. A seguir <strong>de</strong>clara que, em conseqüência<br />

disso, ele estava relegado ou <strong>de</strong>stinado ao túmulo: Tu me<br />

tens lançado no pó da morte. Com isso ele notifica que toda a esperança<br />

<strong>de</strong> vida se exaurira <strong>de</strong>le; e nesse sentido Paulo também diz que<br />

“em nós mesmos tínhamos a sentença <strong>de</strong> morte” [2 Co 1.9]. Mas neste<br />

ponto Davi fala <strong>de</strong> si mesmo em linguagem hiperbólica, e faz isso a fim<br />

<strong>de</strong> guiar-nos para além <strong>de</strong> si mesmo,a saber, para Cristo. O tremendo<br />

encontro <strong>de</strong> nosso Re<strong>de</strong>ntor com a morte, pela qual foi extraído <strong>de</strong> seu<br />

corpo sangue em lugar <strong>de</strong> suor; sua <strong>de</strong>scida ao inferno, pela qual sorveu<br />

a ira divina que se <strong>de</strong>stinava aos pecadores; e, em suma, seu próprio<br />

19 “A ce qu’il luy plaise nous remettre sus, et nous rendre force et vigueur.” – v.f.

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!