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Comentário de Salmos - Vol. 1

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

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<strong>Salmos</strong> 2 • 65<br />

se dizer: o princípio da genuína sabedoria consiste em que o homem<br />

se <strong>de</strong>svencilhe do orgulho e se submeta à autorida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Cristo. Conseqüentemente,<br />

por boa que seja uma opinião que os príncipes do<br />

mundo tenham ter <strong>de</strong> sua própria perspicácia, po<strong>de</strong>mos estar certos<br />

<strong>de</strong> que não passam <strong>de</strong> instrumentos errantes, até que se tornem<br />

humil<strong>de</strong>s alunos aos pés <strong>de</strong> Cristo. Além do mais, ele <strong>de</strong>clara a maneira<br />

como <strong>de</strong>veriam ser sábios, or<strong>de</strong>nando-lhes a que servissem ao<br />

Senhor com temor. Ao <strong>de</strong>positarem confiança em sua elevada condição,<br />

se gabam <strong>de</strong> que estão isentos das leis que obrigam o resto da<br />

humanida<strong>de</strong>; e esse orgulho os cega tão profundamente, que chegam<br />

ao ponto <strong>de</strong> imaginar que até mesmo Deus se lhes submete. O<br />

salmista, portanto, os informa que enquanto não apren<strong>de</strong>rem a temêlo,<br />

se encontram <strong>de</strong>stituídos <strong>de</strong> todo reto juízo. E, certamente, visto<br />

que estão <strong>de</strong>masiadamente endurecidos pela segurança, ao ponto<br />

<strong>de</strong> omitirem sua obediência a Deus, fortes medidas <strong>de</strong>vem, antes <strong>de</strong><br />

tudo, ser empregadas com o fim <strong>de</strong> levá-los a temerem-no, e assim<br />

recuperá-los <strong>de</strong> sua rebelião. Para que não viessem a supor que o<br />

serviço para o qual os convocava era muito penoso, ele lhes ensina,<br />

pelo imperativo, alegrai-vos, quão agradável e <strong>de</strong>sejável ele é, visto<br />

que o mesmo propicia motivo <strong>de</strong> verda<strong>de</strong>ira alegria. Mas para que<br />

não se imaginassem felizes andando em seu próprio caminho, segundo<br />

seu espírito libertino e intoxicados com seus prazeres, enquanto<br />

continuam sendo inimigos <strong>de</strong> Deus, o salmista os exorta ainda mais<br />

com as palavras, com temor, a uma humil<strong>de</strong> e obsequiosa submissão.<br />

Há uma gran<strong>de</strong> diferença entre o estado <strong>de</strong> prazer e alegria <strong>de</strong> uma<br />

consciência pacífica, a qual o fiel <strong>de</strong>sfruta por ter o favor divino, a<br />

quem ele teme, e a <strong>de</strong>senfreada insolência com a qual os ímpios se<br />

acham sobrecarregados, por <strong>de</strong>sprezarem e olvidarem a Deus. A linguagem<br />

do profeta, portanto, implica que, enquanto os orgulhosos<br />

dissolutamente se regozijam na satisfação das paixões da carne, eles<br />

se divertem com sua própria <strong>de</strong>struição; enquanto que, ao contrário,<br />

a única genuína e saudável alegria consiste no fato <strong>de</strong> que ela emana<br />

do temor e reverência a Deus.

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