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Comentário de Salmos - Vol. 1

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

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290 • <strong>Comentário</strong> dos <strong>Salmos</strong><br />

É verda<strong>de</strong> que traduzimos ?pn (nephesh), por alma, mas no hebraico<br />

ela simplesmente significa o sopro vital, ou a própria vida.<br />

[v. 11]<br />

Tu me farás conhecer a vereda da vida; em teu semblante há ple nitu<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

alegria; à tua mão direita há prazeres perpetuamente.<br />

O salmista confirma a afirmação feita no versículo prece<strong>de</strong>nte, e<br />

explica o modo como Deus o isentará da escravidão da morte, ou seja,<br />

conduzindo-o e trazendo-o finalmente a salvo à posse da vida eterna.<br />

Desse fato uma vez mais apren<strong>de</strong>mos o que já observei, ou seja, que<br />

esta passagem toca na diferença que há entre os verda<strong>de</strong>iros crentes e<br />

os forasteiros ou réprobos, com respeito ao seu estado eterno. É uma<br />

mera cavilação dizer que, quando Davi, aqui, fala <strong>de</strong> a vereda da vida<br />

lhe sendo mostrada, significa o prolongamento <strong>de</strong> sua vida natural. Aliás,<br />

falar <strong>de</strong> Deus como guia <strong>de</strong> seu povo na vereda da vida apenas por<br />

uns poucos anos neste mundo é uma forma muito pobre <strong>de</strong> avaliar sua<br />

graça. Nesse caso, eles não difeririam em nada dos réprobos, os quais<br />

<strong>de</strong>sfrutam da luz do sol da mesmíssima forma que eles [os santos].<br />

Se, pois, é a graça especial <strong>de</strong> Deus não comunicar o conhecimento da<br />

vereda da vida, da qual ele fala, a ninguém mais, senão a seus próprios<br />

filhos, a quem Davi aqui magnifica e exalta, então indubitavelmente ela<br />

<strong>de</strong>ve ser vista como que se esten<strong>de</strong>ndo também à bendita imortalida<strong>de</strong>;<br />

e <strong>de</strong> fato só conhece a vereda da vida aquele que está unido a Deus<br />

e que vive em Deus, e não po<strong>de</strong> viver sem ele.<br />

A seguir Davi acrescenta que, quando Deus se reconcilia conosco,<br />

temos todas as coisas que nos são necessárias para a perfeita felicida<strong>de</strong>.<br />

A frase, o semblante <strong>de</strong> Deus, po<strong>de</strong> ser entendida ou <strong>de</strong> sermos<br />

vistos por ele ou <strong>de</strong> ele ser visto por nós. Quanto a mim, porém, consi<strong>de</strong>ro<br />

ambas as idéias como inclusas reciprocamente, pois seu favor<br />

paternal, o qual ele exibe olhando para nós com um semblante sereno,<br />

prece<strong>de</strong> essa alegria, e é a causa primeira <strong>de</strong>la, e no entanto isso ainda<br />

não nos alegra, <strong>de</strong> nossa parte, até que o vejamos resplan<strong>de</strong>cente<br />

sobre nós. Com essa cláusula Davi pretendia também distintamente

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