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Comentário de Salmos - Vol. 1

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

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<strong>Salmos</strong> 19 • 383<br />

A conseqüência da linguagem do salmista é a seguinte: Aqueles que<br />

se <strong>de</strong>leitam em cometer pecado atraem sobre si fartos meios <strong>de</strong> sofrimento;<br />

mas a observância da lei <strong>de</strong> Deus, ao contrário, produz no<br />

homem perene e genuína alegria.<br />

No final do versículo, o salmista nos ensina que o mandamento<br />

<strong>de</strong> Deus é puro, iluminando os olhos. Por isso ele nos leva a tacitamente<br />

enten<strong>de</strong>r que é tão-somente nos mandamentos <strong>de</strong> Deus que<br />

encontramos estabelecida a diferença entre o bem e o mal, e que é<br />

<strong>de</strong>bal<strong>de</strong> buscá-la em outra parte, visto que tudo quanto o homem engendra<br />

para si não passa <strong>de</strong> mera imundícia e refugo, corrompendo<br />

a pureza da vida. Ele enfatiza ainda mais que os homens, com toda<br />

a sua astúcia, são cegos, sempre vagueando nas trevas, até que volvam<br />

seus olhos para a luz da doutrina celestial. Daqui se segue que<br />

ninguém é verda<strong>de</strong>iramente sábio senão aqueles que fazem <strong>de</strong> Deus<br />

seu condutor e guia, seguindo a vereda que ele lhes <strong>de</strong>signou, e que<br />

vivem diligentemente cultivando aquela paz que se lhes oferece e se<br />

lhes apresenta em sua palavra.<br />

Aqui, porém, suscita-se uma pergunta um tanto difícil, porquanto<br />

Paulo parece <strong>de</strong>struir inteiramente essas recomendações da lei, as<br />

quais Davi aqui recita. Como é possível que haja harmonia entre estes<br />

fatos: que a lei restaura as almas dos homens, enquanto que, por<br />

outro lado, ela é uma letra morta e mortífera? Que alegra o coração<br />

dos homens, e no entanto, ao gerar o espírito <strong>de</strong> escravidão, os estremece<br />

com terror? Que ilumina os olhos, e no entanto, ao esten<strong>de</strong>r um<br />

véu diante <strong>de</strong> nossas mentes, exclui a luz que <strong>de</strong>veria penetrá-las?<br />

Em primeiro lugar, porém, <strong>de</strong>vemos lembrar o que já <strong>de</strong>monstrei ao<br />

leitor no início, ou seja, que Davi não fala simplesmente dos preceitos<br />

da Lei Moral, mas compreen<strong>de</strong> o pacto como um todo, pelo qual<br />

Deus adotou os <strong>de</strong>scen<strong>de</strong>ntes <strong>de</strong> Abraão para que fossem seu povo<br />

peculiar; e, portanto, à Lei Moral – a regra do bom viver – ele junta as<br />

graciosas promessas <strong>de</strong> salvação, ou, melhor ainda, Cristo mesmo,<br />

em quem e sobre quem esta adoção se fundamenta. Paulo, porém, ao<br />

tratar com pessoas que haviam pervertido e abusado da lei, e a sepa-

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